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Netflix: Boneca Russa leva o telespectador à jornada existencialista

O loop temporal da série propõe questionamentos sobre a morte e a vida

atualizado

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Cortesia da Netflix
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1 de 1 1461499-32761-zoomed - Foto: Cortesia da Netflix

A Netflix lançou a série Boneca Russa, estrelada e criada por Natasha Lyonne (Orange Is The New Black) em colaboração com Amy Poehler e Leslye Headland. O show conta a história de Nadia Vulvokov (Lyonne), uma programadora de Nova Iorque que, ao celebrar o 36º aniversário, acaba condenada a reviver a mesma noite em um loop temporal.

Esse tema, sejamos sinceros, não é tão novo assim no mundo do audiovisual. Obras como Feitiço do Tempo, Looper, Source Code e No Limite do Amanhã já trabalharam a questão. A novidade de Boneca Russa está na personagem principal: além de ser mulher, ela não é a típica personagem amuada tentando solucionar algum problema maior.

O dilema que Nadia enfrenta é inteiramente pessoal. Além disso, o telespectador segue tão confuso quanto a personagem, sem saber se há consequências ou universos paralelos a cada morte.

A dinâmica entre Nadia e Alan (Charlie Barnett) também dá à série um aspecto inusitado. Alan, um residente do East Village, assim como Nadia, também se encontra preso em seu próprio loop temporal, condenado a reviver a pior noite de sua vida.

Na investigação amadora dos dois, eles continuam morrendo de maneira caricatural e ainda exploram teorias diferentes: “Eu sabia que estávamos sendo punidos”, exclama Alan em um episódio, deduzindo viverem uma espécia de purgatório. “Isso não é bom nem ruim”, explica Nadia. “É um bug. É como se o programa estivesse falhando”, completa.

A série explora a teoria do carma, o existencialismo e niilismo, sem dar exclusividade ou razão para apenas uma corrente de pensamento. Ao longo dos episódios, há inúmeros questionamentos: temos controle sobre nossas vidas? Há algum momento que marca a vida de alguém e causa uma mudança extrema no rumo dessa pessoa? O destino existe? Nossas escolhas afetam nosso destino?

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A história parece mais do que apenas outra exploração de viagem no tempo. Os escritores da série criaram um ambiente no qual epifanias dividem espaço com um universo realista: Nadia e Alan são pessoas desenvolvidas com características diferentes, personalidades distintas, histórias de vida próprias e maneiras de lidar com seus problemas completamente distintas.

A série é desenvolvida ao longo dos episódios da mesma maneira que uma boneca matrioska, revelando cada vez mais sobre o mistério que envolve as mortes dos personagens. Nos últimos episódios, a história não tem medo de mergulhar em um buraco existencialista, estabelecendo um tom arrepiante enquanto descobrimos, como telespectadores, mais detalhes sobre a infância de Nadia e sua mãe.

A primeira temporada de Boneca Russa foi feita perfeitamente para ser a única, deixando questionamentos sobre easter eggs e filosofia.

Avaliação: Bom

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