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Por má gestão, rede pública de saúde do DF não tem leitos suficientes

Relatório da Secretaria de Saúde mostra que, em junho de 2018, apenas 824 dos 3.686 foram utilizados

atualizado

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Peter Neylon
SEMSAUDE1AGOSTO
1 de 1 SEMSAUDE1AGOSTO - Foto: Peter Neylon

A rede pública de Saúde do Distrito Federal tem 1.770 leitos hospitalares. Um relatório da própria Secretaria de Saúde mostra que, em junho de 2018, apenas 824 foram utilizados. No total, incluindo hospitais conveniados, como o Hospital Universitário de Brasília (HUB), Sarah, Instituto de Cardiologia do DF e o Hospital da Criança de Brasília (HCB), a rede pública tem 3.686 leitos hospitalares.

Isso significa que apenas 46% são considerados eficientes. Muitos desses leitos estão bloqueados por falta de profissionais ou deficiência na estrutura. Nos últimos quatro meses, a média utilizada tem caído drasticamente. Procurada pela reportagem do SindSaúde, a Secretaria de Saúde (SES-DF) não confirmou o número de bloqueios em toda a rede.

Em relação aos leitos de UTIs, são 413 em todo o DF, incluindo os hospitais conveniados. Desse total, 45 estão bloqueados — a maioria por insuficiência de pessoal (confira imagem abaixo).

Peter Neylon

Para o SindSaúde, o principal problema está na falta de gestão pública. Segundo levantamento do Portal Poder no Quadrado, dos 111 mil aprovados nos concursos vigentes durante o governo de Rodrigo Rollemberg, apenas 12 mil foram nomeados nos três anos e meio desta gestão. Somente na pasta da Saúde, o DF tinha 60,4 mil aprovados em concursos vigentes. O governo de Rollemberg nomeou 8,6 mil servidores. Outros 51 mil aguardam. E estamos falando sobre a realidade apenas da Saúde.

Enquanto isso, os servidores que estão nas unidades trabalham sob pressão e se desdobram na tentativa de não deixar os pacientes sem atendimento. Em vão. Sem número adequado de profissionais, alguns são sacrificados com excesso de jornada.

O resultado é um efeito perigoso para a sociedade e para os servidores. Cansaço, insatisfação e muito desgaste. De quem é a culpa? Do governo, que está fazendo um total desmonte do serviço de Saúde pública nessa gestão.

A intenção é precarizar um atendimento e deixar a comunidade sem qualquer referência. Num segundo momento, o governo continuará alegando déficit de pessoal para montar estratégias de terceirização dos serviços.

Desmotivados
Cresce diariamente o número de servidores que pedem exoneração ou se aposentam. Desmotivação e adoecimento são as causas mais comuns para essa perda de contingente.

O trabalho em estruturas precárias, sem insumos, materiais e medicamentos básicos, sobrecarregados por deficit de pessoal, em um ambiente hostil, fomentado por uma gestão inepta e opressora são os motivos para esses desligamentos.

Calote
Aliado a esses fatores, os servidores vêm sofrendo calotes seguidos em seus direitos. O desrespeito pelas conquistas históricas e pelas leis que as asseguram vem massacrando os trabalhadores desde o início do governo Rollemberg.

Apesar de ter sido um dos apoiadores da luta pela isonomia de carga horária e prometer pagar a incorporação da GATA (Gratificação Técnico Administrativa) e a redução para a carga de 20h, Rollemberg decepcionou mostrando que o que ele fala não se escreve… E nem se cumpre!

Da mesma forma, os servidores vêm sofrendo com o atraso no pagamento das pecúnias e das horas extras. A primeira deveria ser paga em até 60 dias após a aposentadoria. Hoje, os servidores aguardam mais de dois anos. As horas extras, também em atraso rotineiro no pagamento, viraram Trabalho por Período Definido, numa jogada inescrupulosa do governo, atropelando a legislação trabalhista e a Constituição Federal, que regulamentam a hora extraordinária.

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