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“Vacina da dengue não erradica doença”, alerta presidente do Conasems

Em entrevista ao Metrópoles, líder dos secretários de saúde destacou limitações da vacina da dengue e necessidade de investimentos no SUS

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Imagem mostra mosquito Aedes Aegypiti na pele de uma pessoa - Metrópoles
1 de 1 Imagem mostra mosquito Aedes Aegypiti na pele de uma pessoa - Metrópoles - Foto: Getty Images/Reprodução

A provável inclusão da Qdenga, a vacina contra a dengue, no calendário de imunizantes do Sistema Único de Saúde (SUS) é uma das maiores expectativas do início de 2024 para a saúde pública. Em fase final de análise, a vacina é uma arma importante contra a doença, mas está longe de ser a solução definitiva do problema.

“É uma estratégia de proteção útil, mas mão acabará com o problema endêmico da dengue no nosso país. Esta vacina que está disponível ainda não é a ideal”, declara o presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Hisham Mohamad Hamida. A incorporação está sendo avaliada com urgência pelo Ministério da Saúde e o parecer final pode ser emitido ainda em 2023.

A análise da vacina Qdenga está sendo feita pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). Caso a inclusão seja aprovada, o público prioritário será definido considerando as regiões de maior incidência e transmissão e nas faixas etárias de maior risco de agravamento da doença.

Em entrevista ao Metrópoles, o representante dos municípios dentro da gestão do SUS detalhou as limitações que vê no imunizante. “Em nosso voto na Conitec, fomos favoráveis à incorporação, mas deixamos destacado que a vacina possui várias limitações. É um aliado que tornará a situação menos pior, mas seguiremos enfrentando o problema”, afirmou Hamida.

Segundo ele, ainda não se sabe se ela a vacina é eficaz em idosos. O custo por dose é alto e a capacidade de produção de vacinas é baixa. Além disso, a Qdenga não tem a mesma eficácia para todos os sorotipos do vírus. “A vacina contra a dengue não acabará com a doença. Seguiremos precisando investir em ações de prevenção, de combate ao mosquito transmissor e de atendimento”, completou Hamida.

Outros desafios

Em 2023, o Ministério da Saúde lançou o Programa Nacional de Redução das Filas para diminuir a quantidade de brasileiros esperando por cirurgias eletivas e exames e consultas especializadas dentro do SUS.

Visto inicialmente com ceticismo pelos gestores municipais, o programa alcançou bons resultados neste ano e a expectativa do Conasems é de que seja ampliado. “Agora está todo mundo acreditando. Estávamos acostumados a fazer mutirões de cirurgias, agora há um programa que quer transformar essa ação em algo perene e que destina recursos para isso. Estamos perto de uma realidade que será possível fazer buscas ativas pelas pessoas, invertendo a lógica que as pessoas estão acostumadas a pensar no SUS como lentidão”, comemorou o presidente.

O maior desafio, porém, segue sendo o orçamentário. Cada brasileiro corresponde a apenas R$ 150 de investimentos feitos no SUS, um valor bem aquém do necessário para bancar todos os serviços de saúde da rede pública.

“Temos que pensar que a saúde é uma engrenagem e que, muitas vezes, cabe ao gestor fazer uma escolha de Sofia pensando em qual a maior quantidade de pacientes é possível salvar. Com as decisões judiciais e emendas parlamentares, nossa liberdade de planejar o atendimento fica travada e o SUS se torna menos democrático”, disse o secretário-executivo do Conasems, Mauro Guimarães Junqueira.

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