metropoles.com

Síndrome de Down: cientistas brasileiros avançam no estudo da condição

Pesquisa brasileira estuda as alterações moleculares comuns em pessoas com síndrome de Down a partir de células descamadas na urina

atualizado

Compartilhar notícia

Getty Images
Imagem colorida: menino com síndrome de Down veste capa vermelha - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida: menino com síndrome de Down veste capa vermelha - Metrópoles - Foto: Getty Images

Uma equipe de cientistas do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, conseguiu transformar células da urina em células-tronco para estudar alterações moleculares comuns em indivíduos com síndrome de Down, bem como a resposta a medicamentos. A técnica inédita pode contribuir com a evolução de terapias e com a melhora da qualidade de vida dos indivíduos com a alteração genética.

Os primeiros resultados do estudo foram publicados em um artigo na plataforma Springer em janeiro deste ano. A coleta das células a partir da urina proporciona uma abordagem segura e não invasiva para os pacientes. Até então, testes desta natureza só eram realizados por biópsia com amostras de pele, procedimento feito no hospital com assistência médica para a coleta de fibroblastos.

“Utilizamos células descamadas na urina para gerar células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs), que são diferenciadas em outros tipos celulares, como neurônios, astrócitos e até mesmo em organoides cerebrais”, explica a pesquisadora Bruna Zampieri, uma das autoras do estudo.

O modelo oferece uma plataforma para estudar o neurodesenvolvimento e a neurobiologia da síndrome de Down e descobrir potenciais novos alvos de medicamentos que podem melhorar a qualidade de vida desses indivíduos.

“Isso pode nos ajudar a coletar informações importantes que podem embasar o delineamento de estudos pré-clínicos para melhorar a qualidade de vida dessas pessoas. Até hoje não existem medicamentos que atrasem os quadros de demência de indivíduos com síndrome de Down ou a deficiência de aprendizado delas, por exemplo”, afirma a autora do estudo.

Estima-se que duas em cada dez pessoas com síndrome de Down desenvolvam demência depois dos 45 anos, muito antes da população em geral.

Próximas etapas do estudo

A pesquisadora reconhece que a primeira etapa da pesquisa tem algumas limitações, como o número restrito de participantes. Ela espera poder fazer novas pesquisas e incluir um número maior de indivíduos com e sem a síndrome para comparação dos resultados.

“Queremos fazer mais organóides e buscar por proteínas ou partículas diferentes para testar drogas que atuem nesse organismo”, afirma Bruna.

Dia Mundial da Síndrome de Down

Esta terça-feira (21/3) marca o Dia Mundial da Síndrome de Down. A data foi escolhida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2012 para promover a conscientização global e garantir que os indivíduos com a síndrome tenham as mesmas oportunidades que todas as pessoas.

A Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (FBASD) estima que existam 300 mil pessoas com síndrome de Down no Brasil. Para cada 700 bebês, um nasce com a alteração genética causada pela presença de uma terceira cópia do cromossomo 21 em todas as células do organismo.

Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSaúde

Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?