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Estudo: LSD causa desorganização da fala e pode atrapalhar psicoterapia

A pesquisa da Unicamp concluiu que o efeito do LSD na psicoterapia é determinado pela sua dosagem, e paciente passa por fases durante o uso

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Efeitos do LSD
1 de 1 Efeitos do LSD - Foto: DM.com.br

Um experimento realizado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo, constatou que o uso de LSD provoca uma desorganização da oratória que pode tanto favorecer quanto prejudicar o uso da droga como auxiliar da psicoterapia. No entanto, o efeito vai depender da dose e do tempo transcorrido após a ingestão da droga.

O artigo, que deve ser publicado na revista científica European Neuropsychopharmacology em março, se concentrou na análise linguística de 24 participantes saudáveis. No ensaio clínico controlado por placebo, eles receberam uma dose de 50mcg do psicodélico. Vários tipos de testes foram realizados durante a fase aguda do LSD ao longo de 10 horas.

Cada um dos voluntários tinha que realizar várias atividades verbais, como inventar histórias a partir da visualização de imagens ou descrever sua experiência com a droga. Eles foram analisados por meio de diagramas que capturaram a articulação do discurso, a verbosidade e o vocabulário.

Através dos diagramas, os pesquisadores concluíram que a estrutura linguística das falas dos participantes ficou menos organizada e internamente conectada, além de os voluntários apresentarem maior similaridade semântica entre as palavras usadas e um vocabulário reduzido.

Os cientistas explicam que o declínio pode ser indicativo de perda na produção da linguagem possivelmente relacionada à redução nas funções executivas, como memória e atenção. Isso quer dizer que uma pessoa sob efeito de LSD não é capaz de seguir diálogos complexos baseados em raciocínios lógicos, contradizendo técnicas psicoterapêuticas baseadas no diálogo.

Por outro lado, a análise descobriu o uso espontâneo maior da linguagem relacionada com o tempo presente, reduzindo o uso do tempo passado. Esse fato contradiz a serventia do discurso psicodélico para técnicas de psicoterapia baseadas na elaboração discursiva sobre vivências e experiências, como a psicanálise.

Os pesquisadores concluíram que cada fase da experiência se caracteriza pelo predomínio de determinadas operações cognitivas, o que representa aprimoramento ou redução de funções psíquicas específicas.

Além disso, uma terapia apoiada por LSD em dose baixa, segundo os estudiosos, pode ter os resultados maximizar com a compreensão que os efeitos do psicodélicos não são constantes.

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