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Entenda como a “língua presa” afeta saúde do bebê e o que fazer

Bebês com anquiloglossia, mais conhecida como “língua presa”, podem precisar passar pela frenotomia lingual e sessões de fonoterapia

atualizado

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Susana Tavares/ Imagem cedida ao Metrópoles
Mãe amamentando bebê - Metrópoles
1 de 1 Mãe amamentando bebê - Metrópoles - Foto: Susana Tavares/ Imagem cedida ao Metrópoles

A amamentação é uma das fases mais importantes para a saúde do bebê: é pelo leite da mãe que a criança adquire uma série de anticorpos que a protegem contra doenças comuns. Mas algumas condições podem atrapalhar esse momento, como a anquiloglossia, mais conhecida como “língua presa”.

O quadro é caracterizado pelo freio da língua curto ou apertado. Como consequência, o bebê tem dificuldade de sugar o leite. Além de não conseguir mamar o suficiente para se desenvolver e poder ter problemas na fala no futuro, ele pode machucar o seio da mãe.

Para esses casos, pode ser indicada a realização da frenotomia lingual, um procedimento cirúrgico simples que consiste no corte parcial do freio sem necessidade de sutura na região. O tratamento mais comum e invasivo é chamado de frenectomia lingual.

A frenotomia pode ser realizada em pacientes de qualquer idade, mas normalmente é feita nos primeiros meses de vida do bebê, possibilitando que ele se desenvolva adequadamente.

“O movimento da língua é importante para o desempenho de funções orofaciais, podendo afetar principalmente a amamentação”, explica a odontopediatra Isabella Biulchi, da Maternidade Brasília.

Os pais de Vicente Tavares, 7 meses, perceberam que o menino não tinha o freio lingual logo no primeiro choro, quando ele mostrou movimento limitado da língua. A confirmação veio com a dificuldade para mamar.

Vicente foi diagnosticado com anquiloglossia grau 9 — a escala tem 10 pontos. A frenotomia é indicada a partir do grau 7.

“Ele não conseguiu pegar o peito no primeiro dia e acabou mamando no copinho. Nos dias seguintes, com ajuda de fonoaudiólogas da maternidade, ele chegou a mamar um pouco, mas logo parava porque não conseguia fazer vácuo nem sucção”, conta a mãe e técnica legislativa Susana Tavares.

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Tratamento

A frenotomia é realizada após uma avaliação clínica e funcional de uma equipe de fonoaudiólogos para o teste da linguinha. Ela é indicada principalmente nos casos em que há dificuldade na amamentação, segundo a odontopediatra Isabella Biulchi.

Assim como qualquer intervenção cirúrgica, a frenotomia pode oferecer riscos para o bebê, como sangramento abundante durante o procedimento, infecções, lesão das glândulas sublinguais e aderência de tecido pós-operatório. Por isso, é fundamental que o procedimento seja realizado por um profissional especializado.

O esperado é que, após a frenotomia, o bebê melhore o padrão de amamentação com o vedamento, sucção e deglutição, trazendo mais conforto para mãe e filho.

Vicente passou por duas frenotomias linguais, a primeira quatro dias depois do nascimento e a segunda com duas semanas de vida. “A primeira não liberou a linguinha totalmente e ele precisou fazer de novo em casa, com uma odontopediatra”, explica Susana.

Além do freio da língua mais curto, por ser prematuro, o menino também tinha dificuldade em fazer o movimento na musculatura da boca para ser amamentado. Para complementar o tratamento, a família recorreu a sessões de fonoaudiologia com o uso de bandagens no rostinho do bebê para estimular a sucção.

A fonoaudióloga Amanda Veras, da Maternidade Brasília, explica que a bandagem é utilizada para fortalecer a musculatura do rosto e fazer o estímulo neurossensorial de bebês que possuem disfunção oral. “Ela é um excelente recurso terapêutico”, afirma.

Segundo Amanda, Vicente tinha hipotonicidade. “Fazia uma covinha na hora de sugar e acabava não extraindo o leite. Depois que começamos a aplicar a bandagem, atingimos o objetivo principal, que era deixá-lo em aleitamento materno exclusivo”, explica a fonoaudióloga.

“Quando ele tinha dois meses e meio, eu estava em casa, sentada no sofá com ele agarradinho, choroso. O coloquei no peito e ele pegou, fez sucção, engoliu o leite. Lembro de ver o pôr-do-sol pela janela e pensar ‘não vou nem me mexer porque só quero que ele mame'”, lembra Susana.

Os dias seguintes foram alternados entre amamentação no peito e na mamadeira, enquanto Vicente se mostrava cada vez mais confiante. “Por ser um bebê prematuro, a gente lutava para ele ganhar peso e eu não confiava na quantidade que ele pegava. Acabei complementando com a mamadeira, mas ele ganhou mais peso no peito, com livre demanda”, celebra a mãe.

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