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Já perdeu dentes em sonho? Entenda por que sonhamos as mesmas coisas

Os sonhos muitas vezes reinterpretam situações do cotidiano e temores da sociedade. Por isso, há “enredos” bastante comuns para muita gente

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1 de 1 sonhos - Foto: Kayocci, Istock

Por que sonhamos? Essa pergunta é recorrente e não tem uma explicação conclusiva. Nem na medicina, ciência ou psicologia. Resumidamente, o sonho é uma atividade mental ligada a uma série de ocorrências vividas por nós que retornam, quase nunca com o mesmo enredo, durante a fase de sono mais profundo e de maior relaxamento, conhecida como fase REM (em inglês, rapid eye moviment).

O sono é dividido em quatro fases que se alternam em ciclo. Cada ciclo tem uma duração. O primeiro intervalo de sono REM acontece frequentemente 90 minutos depois de a pessoa adormecer e dura cerca de 10 minutos. Durante essa fase, os olhos se movimentam muito rapidamente (daí o nome), o batimento cardíaco aumenta e os sonhos aparecem. Por isso, se você dorme sete horas por noite, é capaz de ter sonhos diferentes ao longo da noite ou parar e voltar a sonhar a mesma coisa no próximo intervalo REM.

De acordo com o neurologista Nonato Rodrigues, especialista em medicina do sono, os sonhos funcionam como uma espécie de videogame no qual o cérebro monta um filme das situações vividas. A intenção é que o indivíduo seja o protagonista nessas histórias e enfrente seus medos e anseios. “O sonho nos dá uma espécie de treinamento para que possamos exercer nossos instintos mais básicos, entre eles, o de luta ou fuga, por exemplo”, explica.

Desde Freud, no seu livro Interpretação dos Sonhos, de 1905, a psicologia vem debatendo o assunto. Para ele, os sonhos são uma expressão de desejos e conflitos que ficam “censurados” no inconsciente. Quando adormecemos, a censura é reduzida e os sonhos servem como experimentos distorcidos.

A psicóloga clínica Ananda Yamasaki esclarece que é comum sonharmos – independentemente da pessoa, do nível social e da localidade no mundo – os mesmos repertórios. A explicação é que há um inconsciente coletivo que compartilha arquétipos (imagens ou experiências comuns a todos nós). “O repertório humano é muito parecido, apesar de se manifestar em cada indivíduo com suas próprias especificidades. Tipo a angústia com nossa própria identidade, a sexualidade, a relação com a família. Todas essas questões perpassam a vida de todos”, argumenta.

Sabe-se, por exemplo, que os sonhos muitas vezes reinterpretam situações do cotidiano e temores da sociedade. Por isso, há “enredos” bastante comuns para muita gente: perder os dentes, aparecer pelado em público, mortes inesperadas.

Os sonhos são experiências simbólicas. “Como uma radiografia, os sonhos revelam aquilo que é desconhecido sobre a psique do sonhador. Via de regra, eles compensam ou complementam situações vividas quando acordado”, aponta. “No universo da psicologia, os sonhos podem ser compreendidos e explorados de maneiras variadas. Gosto de observá-los como metáforas que nos ajudam no autoconhecimento. Por meio de associações, explicações e amplificações dos significados das imagens, podemos compreender o que os sonhos significam”, esclarece Ananda.

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