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Infectologistas alertam para uso de remédios sem comprovação para Covid-19

Documento da Sociedade Brasileira de Infectologia resume resultados de pesquisas sobre corticoides, antiparasitários e antivirais

atualizado

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Samir Jana/Hindustan Times/Getty Images
hydroxychloroquine
1 de 1 hydroxychloroquine - Foto: Samir Jana/Hindustan Times/Getty Images

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) decidiu se posicionar sobre o uso de medicamentos ainda sem comprovação contra o novo coronavírus. Segundo nota divulgada na terça-feira (30/6), há muitas informações “inadequadas, sem evidência científica e que desinformam o público” circulando em redes sociais e é necessário um esclarecimento tendo como base as principais pesquisas publicadas ao longo da pandemia.

Foram analisados corticoides (como a dexometasona), antiparasitários (ivermectina e nitazoxanida), antivirais, anticoagulantes, vitaminas e suplementos alimentares, plasma de pacientes recuperados e cloroquina.

De acordo com a SBI, não houve benefício comprovado no uso da cloroquina em pacientes graves e nem em casos de profilaxia pós-exposição. O uso do medicamento nos primeiros dias da doença, em casos leves e moderados, ainda está sendo avaliado.

A SBI lembra que a Organização Mundial da Saúde (OMS), o FDA (equivalente à Anvisa dos Estados Unidos), a Sociedade Americana de Infectologia e o Instituto Nacional de Saúde Norte-Americano recomendaram que o medicamento não seja usado fora de pesquisas clínicas por não ter eficácia comprovada e ser potencialmente tóxico.

Quanto à ivermectina e a nitazoxanida, dois antiparasitários, a SBI afirma que os medicamentos parecem ter eficácia in vitro (no laboratório), mas não há comprovação alguma de uso em humanos.

A entidade afirma que vários medicamentos estão passando por estudos clínicos para avaliar a eficácia contra o novo vírus, mas lembra que, até o momento, nenhum remédio é comprovadamente útil contra o Sars-CoV-2.

“Vivemos uma séria crise de saúde pública. Não podemos colocar em risco a saúde da população brasileira com orientações sem evidência científica. A avaliação do uso de qualquer medicamento fora de sua indicação aprovada (off-label) deve ser uma decisão individual do médico, analisando caso a caso e compartilhando os possíveis benefícios e riscos com o paciente, porém é vedada a publicidade sobre tal conduta”, escrevem os responsáveis pelo documento da SBI.

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