1 de 1 escova de cabelo, queda capilar
- Foto: Getty Images
O Brasil vive uma explosão de casos de dengue em 2024. Do início do ano até 7 de março, foram registrados 1,3 milhão de pessoas infectadas com o vírus causador da doença. Este número é maior do que todos os casos computados em 2022 e caminha para superar o 1,6 milhão de diagnósticos identificados em todo o ano de 2023, o recordista em infecções até o momento.
Com o aumento do número de pacientes com o vírus, crescem também as reclamações de pessoas que passaram pela doença e continuam a notar alguns de seus efeitos mesmo depois de recuperadas. Um deles é a queda de cabelo.
A queda de cabelo após a dengue não é só uma impressão. Quando ficamos doentes, ocorre o chamado eflúvio telógeno agudo, quando fios param de crescer ou começam a cair pelo estresse que o organismo enfrentou.
“Após as doenças infecciosas, temos um período de queda de cabelo acentuada por até três meses porque nosso organismo prioriza a nutrição de outras regiões do corpo durante a recuperação”, explica a dermatologista Luanna Caires, de Brasília.
O fenômeno não aparece em todas as pessoas que tiveram dengue, sendo mais comum após casos graves e que exigiram mais do corpo. A queda de cabelos também ocorre em outras infecções virais graves, incluindo a Covid-19 e até mesmo uma gripe intensa.
“A pessoa infectada vai percebendo uma queda mais intensa dos fios durante o banho e no momento de penteá-los”, destaca a dermatologista Anelise Dutra, de Campinas (SP).
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A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente à morte
Joao Paulo Burini/Getty Images
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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias
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A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos
Joao Paulo Burini/ Getty Images
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No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses
micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles -- ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes
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Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos
Guido Mieth/ Getty Images
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No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte
Peter Bannan/ Getty Images
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Nos quadros graves, os sintomas são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdômen é tocado, perda de sensibilidade e movimentos, urina com sangue, sangramento de mucosas, tontura e queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue
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Nestes casos, os sintomas resultam em choque, que acontece quando um volume crítico de plasma sanguíneo é perdido. Os sinais desse estado são pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressão
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Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque tem duração curta, e pode levar ao óbito entre 12 e 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada
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Apesar da gravidade, a dengue pode ser tratada com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona para aliviar os sintomas
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Para completar o tratamento, é recomendado repouso e ingestão de líquidos. Já no caso de dengue hemorrágica, a terapia deve ser feita no hospital, com o uso de medicamentos e, se necessário, transfusão de plaquetas
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É preciso fazer tratamento?
Luanna orienta que a recuperação do quadro é, em geral, espontânea, conforme o corpo vai organizando seus fluxos nutritivos. A recuperação, porém, pode ser acelerada com uma rotina saudável.
Anelise recomenda fazer uma boa hidratação (tanto capilar, quanto do organismo), além de regularizar o sono. Também pode ser necessário dar um reforço na alimentação, com uma dieta rica em proteínas e vitaminas, especialmente A, C, D e E.
O ideal é evitar tratamentos agressivos (como tingir o cabelo) durante a queda capilar para permitir que os fios se recuperem.
Quando buscar ajuda?
Caso os cabelos continuem caindo após três meses da recuperação da dengue, é preciso procurar um dermatologista para entender a gravidade do problema e como reverter a perda das madeixas.
O quadro pode evoluir para a alopecia, uma condição em que os cabelos se tornam ralos e enfraquecidos de forma crônica, especialmente se áreas mais específicas do couro cabeludo parecerem ser mais afetadas.
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