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Cientistas curam camundongos com câncer de mama em duas semanas

Técnica usa bateria autocarregável inserida nas axilas dos animais doentes. O dispositivo retira o oxigênio das células cancerígenas

atualizado

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Imagem de mãos com luva segurando um camundongo de laboratório - Metrópoles
1 de 1 Imagem de mãos com luva segurando um camundongo de laboratório - Metrópoles - Foto: Getty Images

Em um estudo inovador, pesquisadores da Universidade Fudan, na China, afirmam ter curado camundongos com câncer de mama em apenas duas semanas após o implante de um microdispositivo que priva o oxigênio das células cancerígenas. A inovação foi divulgada na revista Science Advances em 31 de março.

A bateria autocarregável funciona com água salgada injetada na área cancerígena, consumindo o oxigênio das células em um processo chamado hipóxia. Os pesquisadores explicam que esse sistema faz com que as células cancerígenas “passem fome” sem o oxigênio necessário para se desenvolverem.

Ela também permite que uma nova classe de medicamentos, os pró-fármacos ativados por hipóxia (HAPs), mate os tumores, deixando o tecido saudável intacto.

O dispositivo foi implantado nas axilas de 25 camundongos de laboratório com câncer de mama. “Depois de 14 dias, os tumores nos cinco camundongos que receberam a bateria e o tratamento medicamentoso diminuíram em média 90% – com quatro dos camundongos experimentando o desaparecimento do tumor”, afirma o principal autor do estudo, Fan Zhang, professor da Universidade Fudan.

Os tumores nos outros grupos de roedores – que incluem os que não receberam tratamento, os que receberam apenas drogas HAP, uma bateria implantada não funcional ou apenas a bateria funcionando – permaneceram do mesmo tamanho ou aumentaram ao final do estudo.

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O professor Zhang explica que os tumores geralmente esgotam o oxigênio nos tecidos não cancerígenos próximos à medida que crescem, resultando em células sem oxigênio ou hipóxicas. A bateria funcionou por até 500 horas dentro do tecido dos camundongos produzindo eletricidade de baixíssima voltagem.

“Os pró-fármacos ativados por hipóxia visam tirar proveito desse recurso, mirando apenas as células hipóxicas – minimizando os danos às células saudáveis ​​e reduzindo os efeitos colaterais”, explica Zhang.

Em entrevista à revista New Scientist, o professor Randall Johnson, da Universidade de Cambridge, que não participou do estudo, pondera que a indução de hipóxia em um tumor pode aumentar o risco de propagação do câncer. “Embora isso não pareça ter ocorrido nesses camundongos, os custos e benefícios do uso da bateria em pessoas precisam ser avaliados antes de qualquer tratamento humano”, afirma Johnson à publicação.

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