Apesar de mais raro do que outros tipos de tumor, a ocorrência de um câncer de cérebro costuma ser mais letal devido ao diagnóstico tardio. Geralmente, o paciente não desconfia dos sintomas iniciais e procura o médico quando a doença já progrediu.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa anual é de 11.090 casos de câncer no cérebro entre a população brasileira. A doença afeta na mesma proporção homens e mulheres.
“Tumores benignos e malignos causam sintomas semelhantes. Os malignos, entretanto, têm maior chance de se desenvolverem rapidamente, provocando maior frequência de dores de cabeça, convulsões e alterações neurológicas”, afirma Marcelo Valadares, neurocirurgião e professor de Neurocirurgia da Universidade de Campinas (Unicamp).
O médico alerta que nem sempre os tumores são malignos, mas a investigação deve ser feita para afastar a possibilidade de câncer. Nestes casos, o neurocirurgião realiza os procedimentos cirúrgicos necessários para a realização de uma biópsia e faz a recomendação de tratamento após os resultados obtidos.
Saiba como identificar os principais sinais que o corpo dá quando há um tumor no cérebro:
1. Dores de cabeça frequentes
Pessoas que não costumam ter dores de cabeça podem começar a apresentar o problema de maneira frequente. Quem já apresenta histórico deste tipo de queixa percebe mudanças na dor, piora na intensidade e aumento nas ocorrências.
2. Alterações nos 5 sentidos
Alterações nos cinco sentidos – tato, olfato, paladar, visão e audição – também podem indicar problemas neurológicos. Mudanças na fala ou na capacidade intelectual, como compreensão, raciocínio, escrita, cálculo e reconhecimento de pessoas são sintomas que precisam ser investigados.
“Alterações no cérebro podem afetar até mesmo o comportamento, causando apatia, agitação ou agressividade em relação ao padrão normal da pessoa. É muito importante que sintomas neurológicos não sejam negligenciados”, destaca Patrícia Schorn, médica oncologista clínica e coordenadora de Oncologia e Hematologia do Hospital Santa Lúcia.
No caso da visão, os principais alertas são referentes à perda visual, manchas ou visão embaçada. Esses sinais podem ser causados por tumores no cérebro ou em outras partes do sistema nervoso.
3. Crises epilépticas ou convulsões
Quando esses sinais são apresentados, especialmente quando a crise acontece pela primeira vez ou o paciente não tem diagnóstico de epilepsia, é provável que a ocorrência tenha relação com um tumor neurológico. No caso das convulsões, elas podem vir acompanhadas primeiramente de dormência ou formigamentos.
4. Perda de equilíbrio
A perda de equilíbrio, assim como tonturas e outras mudanças na coordenação motora, pode indicar a presença de tumores. A impossibilidade de se equilibrar em uma só perna, por exemplo, deve gerar preocupação a pessoas que naturalmente não têm dificuldade em executar tal posição.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer, para cada ano do triénio 2020/2022 serão registrados cerca de 625 mil casos da doença no BrasilScience Photo Library - STEVE GSCHMEISSNER, Getty Images

Extremamente comum no país, o câncer de pele é caracterizado pelo aparecimento de tumores na pele em formato de manchas ou pintas com formatos irregulares. Relacionada à exposição prolongada ao sol, exposição a câmeras de bronzeamento artificial ou por questões hereditárias, a doença pode ser tratada através de cirurgias, radioterapia e quimioterapiamiriam-doerr/istock

O câncer de mama é causado pela multiplicação descontrolada de células na mama. Apesar de ser comum em mulheres, a enfermidade também pode acometer homens. Entre os sintomas da doença estão: dor na região da mama, nódulo endurecido, vermelhidão, inchaço e secreção sanguinolenta. O tratamento envolve cirurgia para retirada da mama, quimio, radioterapia e hormonioterapiaSCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images

Mais frequente em homens, o câncer de próstata apresenta os seguintes sintomas: sangue na urina, dificuldade em urinar, necessidade de urinar várias vezes ao dia e a demora em começar e terminar de urinar. Cirurgia e radioterapia estão entre os tratamentos da doençaGetty Images

Embora possa estar relacionado com hipertireoidismo, tabagismo, alterações dos hormônios sexuais e diabetes, por exemplo, o câncer de tireoide ainda não é bem compreendido por especialistas. Apesar disso, tratamentos contra a doença envolvem terapia hormonal, radioterapia, iodo radioativo e quimioterapia, dependendo do caso getty images

O câncer de pulmão é um dos tipos com maior incidência no Brasil. Relacionado ao uso ou exposição prolongada ao tabagismo, tem como principais sintomas a falta de ar, dores no peito, pneumonia recorrente, bronquite, escarro com sangue e tosse frequente. A doença é tratada com quimioterapia, radioterapia ou/e cirurgiaBSIP / getty images

No Brasil, o carcinoma epidermoide escamoso tem a maior incidência entre os canceres de estômago. Os tratamentos envolvem cirurgia ou radioterapia e quimioterapiaiStock

O câncer de estômago é diagnosticado após a identificação de tumores malignos espalhados pelo órgão e que podem aparecer como úlceras. Relacionado à infecções causadas por Helicobacter Pylori, pela presença de úlceras e de gastrite crônica não cuidada, por exemplo, a doença pode causar vômito com sangue ou sangue nas fezes, dor na barriga frequente e azia constanteSmith Collection/Gado/ Getty Images

O câncer de colo de útero tem como sintomas sangramento vaginal intermitente, dor abdominal relacionada a queixas intestinais ou urinárias e secreção vaginal anormal. O tratamento envolve quimio, radioterapia e cirurgiaScience Photo Library/GettyImages

O câncer de boca é uma doença que envolve a presença de tumores malignos nos lábios, gengiva, céu da boca, língua, bochechas e ossos. É mais comum em homens com mais de 40 anos e tem como sintomas feridas na cavidade oral, manchas na língua e nódulos no pescoço, por exemplo. O tratamento envolve cirurgia, quimio e radioterapiaPexels
Causas
As causas de tumores no cérebro ainda não estão definidas. Por enquanto, a doença é considerada multifatorial, ou seja, causada por um somatório de várias alterações genéticas.
Algumas dessas alterações são adquiridas durante a vida, por predisposição ou por exposição. Outras são hereditárias e estão presentes em algumas síndromes familiares associadas a problemas no sistema nervoso central.
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