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Cajuzinho-do-cerrado e alecrim podem eliminar larvas de Aedes aegypti

Estudo brasiliense constatou que extratos possuem a propriedade de eliminar larvas do mosquito que transmite várias doenças

atualizado

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Imagem colorida de cajuzinho do cerrado, planta vermelha pequena, em cima de uma mesa - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de cajuzinho do cerrado, planta vermelha pequena, em cima de uma mesa - Metrópoles - Foto: Wikimedia Commons

A natureza pode ser uma grande aliada contra doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Segundo pesquisa realizada por uma estudante de Ciências Biológicas do Centro Universitário de Brasília (Ceub), algumas plantas, como o cajuzinho-do-cerrado, possuem a propriedade de eliminar as larvas do pernilongo.

Além do cajuzinho, o estudo aponta também o alecrim como um possível larvicida, o que seria uma alternativa complementar aos inseticidas químicos convencionais, agressores do meio ambiente.

No Brasil, o controle do Aedes aegypti é uma questão de saúde pública. No entanto, a resistência dos mosquitos aos inseticidas químicos e os impactos ambientais associados ao seu uso representam um desafio constante. Diante do dilema, a pesquisadora Clerrane Santana decidiu investigar o potencial das plantas no combate ao mosquito.

No estudo, foram utilizadas larvas de Aedes aegypti em estágio de desenvolvimento 3, que foram expostas a extratos etanoicos de cajuzinho-do-cerrado e alecrim. Os extratos foram obtidos por meio do método de maceração com agitação em etanol 96º.

O experimento consistiu em colocar as larvas em placas de Petri, onde foram expostas aos extratos em concentrações de 1% e 2%, diluídos em água destilada. Também foram estabelecidos grupos de controle, um com apenas água destilada e outro com água sanitária comercial, conhecida por ter efeito larvicida.

Caju e alecrim

Os resultados foram promissores: o extrato de cajuzinho-do-cerrado apresentou um efeito larvicida semelhante ao da água sanitária na concentração de 2% após 12 e 24 horas de exposição. Por outro lado, em geral, o extrato de alecrim não mostrou diferença estatisticamente significativa em relação ao grupo controle nas concentrações testadas.

No entanto, nas primeiras 12 horas, o alecrim foi mais eficiente do que a água sanitária, com uma taxa de mortalidade de larvas de 85% em comparação com os 78% do controle convencional.

A professora Francislete Melo. que orientou o projeto, explica que a fitoterapia trabalha com uma combinação de componentes: “Acredita-se que seja a interação de moléculas que cause o efeito desejado. Os extratos testados são ricos em compostos fenólicos, que já são conhecidos por suas propriedades larvicidas”, afirma.

Clerrane enfatizou que a aplicação doméstica de extratos de plantas, como o alecrim, surge como uma alternativa simples, natural e de baixo custo para o controle das larvas do mosquito. Ela sugere que essa estratégia seja utilizada em conjunto com as medidas de controle já estabelecidas pelos órgãos de saúde.

“Os resultados abrem caminho para a implementação de métodos mais sustentáveis e eficazes no combate ao Aedes aegypti, o que contribui para a redução das doenças transmitidas pelo vetor e para a preservação do meio ambiente”, destaca a pesquisadora.

Imagem colorida de vários amos de alecrim juntos - Metrópoles
Assim como o cajuzinho, o alecrim mostrou efetividade no combate às larvas

Infecções por Aedes aegypti

Segundo relatório epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, o Brasil já registrou 173 mortes por dengue em 2023, o que representa uma média de duas mortes por dia. Foram notificados 4.231 diagnósticos da doença, totalizando 584.113 casos prováveis de dengue em investigação.

O relatório indica que outras 234 mortes ainda estão sendo investigadas. Comparado ao mesmo período do ano anterior, houve um aumento de 41% no número de casos. Em março, houve um pico significativo, com 45.442 casos prováveis em apenas três dias.

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