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USP: em greve pela contratação de professores, alunos derrubam grades

Alunos da USP derrubaram grades que cercam espaço da ECA; eles reivindicam contratação de professores e aumento dos auxílios permanência

atualizado

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Marcos Santos/USP Imagens
Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP)
1 de 1 Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP) - Foto: Marcos Santos/USP Imagens

São Paulo — Um grupo de estudantes da Universidade de São Paulo (USP) derrubou parte das grades que cercam o espaço estudantil da Escola de Comunicações e Artes (ECA) na noite dessa quinta-feira (22/9).

Os alunos estão em greve para reivindicar a contratação de professores e a ampliação do auxílio permanência. Entre 2014 e 2022, a universidade perdeu mais de 900 professores, segundo dados do Anuário da USP.

A cerca derrubada pelos estudantes foi instalada pela reitoria em janeiro de 2017, ao redor do espaço de convivência estudantil conhecido como Prainha.

À época, a gestão do então reitor Marco Antônio Zago alegou que a instalação das grades tinha como objetivo aumentar a segurança no local, mas a afirmação foi contestada por estudantes e também por especialistas em urbanismo e segurança pública.

Alunos afirmavam que o entorno do espaço, que é cercado por árvores e fica ao lado de agências bancárias, ficou mais vazio com o surgimento das grades, aumentando a sensação de insegurança para quem desce no ponto de ônibus localizado atrás da ECA.

A instalação da cerca provocou protestos e debates sobre o uso do espaço público, e alguns alunos chegaram a tentar derrubar o gradil em 2017, mas a cerca foi reforçada logo após o episódio.

Desde que as grades foram instaladas, o acesso ao espaço de convivência passou a ser restringido. O local abriga as sedes do Centro Acadêmico Lupe Cotrim (Calc), da ECA Atlética e um restaurante.

Falta de professores

A ECA é uma das unidades com mais queixas sobre falta de professores. Em entrevista ao Metrópoles, a estudante de Artes Visuais Níke Krepischi disse que a previsão é de que 14 disciplinas do curso sejam temporariamente canceladas no próximo semestre por não terem docentes suficientes para ministrá-las.

Neste ano, Níke não conseguiu cursar sua última disciplina obrigatória antes do Trabalho de Conclusão de Curso porque não havia professores disponíveis.

“A minha formação foi atrasada em um ano”, diz a estudante.

Além da ECA, outras unidades, como a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e a Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), também sofrem com o problema.

O que diz a USP

A USP afirma que iniciou a contratação de 879 professores no que considera como “o maior esforço já empreendido” para a contratação de docentes na instituição. Do total de vagas abertas, 238 já foram preenchidas, segundo a universidade.

“Ao final desse esforço, a USP terá o mesmo número de professores e professoras de 2014”, diz a nota enviada pela instituição.

Na tarde desta quinta, o reitor e a vice-reitora da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior e Maria Arminda do Nascimento Arruda, se reuniram com dez representantes dos alunos para falar sobre as demandas dos estudantes.

Segundo a universidade, “o diálogo fluiu de modo produtivo e com base na boa fé”.

“Como resultado, marcou-se uma reunião de trabalho para a semana que vem, na qual a pauta de reivindicações será organizada para o encaminhamento das soluções”, diz a USP.

Em relação à permanência estudantil, a USP informou que, este ano, mudou sua política de auxílio. “Os investimentos nessa área tiveram aumento de 58% nos recursos. Ao todo, a USP está investindo R$ 188 milhões em ações voltadas a estudantes de graduação e de pós-graduação com necessidades socioeconômicas”, disse a universidade em nota.

O valor do auxílio, segundo a USP, aumentou de R$ 500 para R$ 800, “sendo que os beneficiados com a vaga no Conjunto Residencial da USP (Crusp) passaram a receber um auxílio adicional de R$ 300,00, que não existia”.

A universidade não se manifestou sobre as grades derrubadas pelos estudantes.

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