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SP: taxistas protestam contra app da Prefeitura e jogam ovo em colegas

Taxistas bloquearam viaduto em frente à Câmara Municipal nesta quarta-feira (10/5) em protesto contra aplicativo lançado pela Prefeitura

atualizado

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Bruno Ribeiro/Metrópoles
Protesto taxistas
1 de 1 Protesto taxistas - Foto: Bruno Ribeiro/Metrópoles

São Paulo — Taxistas da capital paulista fecharam o Viaduto Jacareí, onde fica a Câmara Municipal, no centro da cidade, em protesto feito nesta quarta-feira (10/5) contra o aplicativo criado pela Prefeitura de São Paulo para a categoria, o SP Táxi. O grupo chegou a atirar ovos em colegas que passavam na pista lateral da via sem aderir ao movimento.

Os manifestantes são contra a obrigatoriedade de instalar o aplicativo SP Táxi em seus celulares. Eles também não querem utilizar um dispositivo chamado desacoplador no taxímetro dos veículos.

Eles direcionaram as críticas ao vereador Adilson Amadeu (União), que tem os taxistas como sua principal base eleitoral. O grupo chamou o parlamentar de “traidor”.

“Não somos contra o aplicativo, mas sim contra a obrigação de que ele seja instalado. E contra a instalação do desacoplador. Nosso taxímetro já é aferido pelo Inmetro, ele é seguro”, disse o taxista Jorge Val, um dos trabalhadores que participaram da manifestação.

O desacoplador é um dispositivo que realiza a conexão direta entre o taxímetro e o celular cadastrado no aplicativo.

Em grupos de taxistas no WhatsApp, circulam informações de que o aparelho teria um dispositivo de GPS que serve para monitorar os taxistas.

A informação é veementemente negada pela Prefeitura, que diz que a única função da máquina é garantir que o preço cobrado no app esteja de acordo com o valor demonstrado no taxímetro.

A gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) divulgou em março as regras que preveem o cadastramento de toda a categoria no app até o próximo dia 16. Quem não estiver no app não poderá renovar sua licença para trabalhar como taxista na cidade.

A Prefeitura afirma que a obrigatoriedade visa a reduzir burocracias para a renovação dos alvarás de taxistas, uma vez que há, na cidade, uma determinação de que todos os processos públicos sejam digitalizados. Não há obrigação, de acordo com a Prefeitura, de que os taxistas façam corridas pelo app.

Vereador fala em “confusão”

O vereador Adilson Amadeu diz que há uma confusão entre os motoristas da categoria e que a taxa de cerca de 11% que seria cobrada a cada corrida valeria apenas para aquelas que foram chamadas pelo aplicativo. Se o motorista pegar passageiros na rua, em seus pontos ou por chamadas telefônicas, não haveria cobrança.

“Tem cerca de 5 mil taxistas que não trabalham, usam o táxi só para andar no corredor. São essas pessoas que estão preocupadas”, disse o parlamentar. “O pessoal está fazendo muita confusão”.

Ele disse que a multa pela violação do desacoplador também só seria cobrada caso um motorista intencionalmente abrisse a máquina para fraudá-la ou para saber detalhes de seu funcionamento, protegido por regras de patente.

“Se o cara vai em uma oficina e alguém, sem querer, abre o violador, ele (o taxista) faz um boletim de ocorrência e não tem que pagar multa”, afirma Amadeu.

Prefeitura diz que taxistas têm “liberdade”

A Prefeitura, por nota, afirmou que “os taxistas da cidade têm total liberdade para trabalhar e fazer corridas normalmente sem utilização do aplicativo SPTaxi”.

Segundo o texto, “a taxa de 10,97% é aplicada apenas sobre o valor total das corridas realizadas dentro da plataforma, se assim o taxista desejar. Não haverá nenhum outro tipo de pagamento à empresa por parte dos taxistas, usuários do serviço ou da Prefeitura”.

“Os profissionais que não se regularizarem terão o alvará bloqueado e precisarão comparecer ao DTP. O cadastro obrigatório e a instalação do desacoplador permitirão que o taxista acesse on-line o alvará e o Condutax. O taxista receberá atualizações geradas em tempo real”, ainda de acordo com a Prefeitura.

 

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