Somando os espaços do prédio icônico de tijolos aparentes, na praça da Luz, a Estação Pinacoteca, no Largo General Osório, e a nova Pinacoteca Contemporânea, na avenida Tiradentes, a Pinacoteca do Estado de São Paulo soma agora 22.041 m². A expressiva metragem torna a instituição o segundo maior museu da América Latina, atrás apenas do Museu Nacional de Antropologia do México.
“Ter mais área expositiva é sempre bem-vindo”, diz Jochen Volz, diretor da Pinacoteca. Com a Pinacoteca Contemporânea, apelidada de Pina Contemporânea, a instituição tem agora 9 mil m² para expor seu acervo de cerca de 10 mil itens.
“Nós temos dois edifícios, a Pinacoteca Luz e a Estação Pinacoteca, que são espaços adaptados para serem museus”, lembra Volz. “Aqui, nós tivemos a possibilidade de criar tudo do zero e construir espaços mais amplos e flexíveis para receber as obras e montar exposições.”
Além disso, o diretor destaca as melhores acomodações para receber a biblioteca, o centro de documentação, uma maior reserva técnica para guardar obras do acervo e espaços para atividades do setor educativo.
Para os grandes
Quando o trabalho “Irruption”, de Regina Silveira, entrou para o acervo da Pinacoteca, os adesivos de pegadas humanas, que compõem a obra, limitavam-se a cobrir apenas uma estreita coluna do 2º andar da Pina Luz. “Irruption”, entretanto, foi um trabalho pensado para ser grande. Com ele, Silveira envelopou, por exemplo, a fachada do prédio da Bienal de Taipei em 2006 — sua maior instalação até aquele momento.
Quem visitar a exposição “Chão da Praça”, na Grande Galeria, terá um melhor entendimento da dimensão desse projeto, que agora ocupa as paredes de todo o corredor que dá acesso à sala. O espaço, construído no subsolo do novo prédio, foi planejado para exibir obras grandes que a Pinacoteca tinha dificuldade de apresentar nos prédios Luz e Estação.
A sala tem mil metros quadrados, pé direito de cerca de quatro metros, além de boas instalações para exibir vídeos. Um dos trabalhos audiovisuais presentes na mostra é “A banda dos sete” (2010), de Sara Ramo.
A exposição explora todo o potencial do espaço, apresentando cerca de 60 grandes obras (em qualidade e tamanho) do acervo da instituição, raramente exibidos. Outro exemplo é “Ttéia” (2002), de Lygia Pape, que, em Inhotim, há uma versão que ocupa toda uma sala.

Irruption, Regina Silveira Karina Sérgio Gomes

Ttéia, Lygia PapeKarina Sérgio Gomes

Exposição "Chão da Praça"Karina Sérgio GOmes


Exposição "Quase Coloquial", da artista sul-coreana Haegue YangKarina Sérgio Gomes

Exposição "Quase Coloquial", da artista sul-coreana Haegue YangKarina Sérgio Gomes

Tríade trindadeKarina Sérgio Gomes

Pinacoteca Contemporânea Karina Sérgio Gomes

Pinacoteca Contemporânea Karina Sérgio Gomes
A primeira vez
Qual a beleza de um varal de roupas ou de uma persiana de metal usada em escritórios? A artista sul-coreana Haegue Yang, na individual “Quase Coloquial”, liberta esses objetos de seus usos cotidianos para transformá-los em arte. Além de inaugurar a Galeria Praça, essa é a primeira grande individual Yang no Brasil, que também é a primeira sul-coreana a expor na Pinacoteca.
Yang sabe como ocupar bem o espaço — toda a sala está preenchida. No teto, esculturas aéreas, feitas de persianas e luzes tubulares, estão penduradas. No chão, objetos sonoros, compostos de varais de pisos com guizos, chiam ao mínimo movimento, preenchendo olhos e ouvidos. Na parede, a artista expõe colagens que misturam ícones da cultura pop, como Hello Kitty, com imagens de artistas brasileiros, a exemplo de Caetano Veloso e Lygia Clark.
O ingresso para entrar na Pinacoteca Contemporânea custa de R$ 5 a R$ 10, mas neste primeiro mês a entrada será gratuita.
Pinacoteca Contemporânea: avenida Tiradentes, 273 — Luz. Sex./seg.: 10h/17h, qua.: 10h/17h, qui.: 10h/20h. Site: pinacoteca.org.br.