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Por que Bolsonaro não quer um candidato bolsonarista em SP

Bolsonaro rifou candidatura de Ricardo Salles à Prefeitura de SP e bolsonaristas miram vaga de vice na chapa do prefeito Ricardo Nunes

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Ricardo Salles
1 de 1 Ricardo Salles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

São Paulo – A desistência do deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) de disputar a Prefeitura de São Paulo na eleição do ano que vem, anunciada nessa segunda-feira (5/6), simboliza o triunfo da ala pragmática sobre a base ideológica nas hostes bolsonaristas.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi convencido por esse grupo de que o bolsonarismo não tem a menor chance de vencer uma disputa na capital paulista, em 2024. Pior: para esse grupo, uma candidatura bolsonarista facilitaria a vitória do deputado federal Guilherme Boulos (PSol) na maior cidade do país, onde o eleitorado de centro-esquerda é grande e certamente tenderia a escolher o candidato do Psol.

Esse cenário deixaria o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), considerado por eles o refúgio do bolsonarismo em São Paulo, “emparedado” entre o PSol na capital e o PT de Lula no Planalto. Um quadro que dificultaria ainda mais a tentativa de retomar o poder no país em 2026, seja quem for o candidato.

Um mapa da cidade pintada quase toda de vermelho nas eleições passadas, tanto a presidente quanto para governador, foi usado para convencer Bolsonaro de que o melhor caminho é apoiar a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Aliados também lembraram Bolsonaro do péssimo desempenho obtido por Celso Russomanno (Republicanos) na última eleição para a Prefeitura da capital — o deputado federal foi um dos poucos candidatos a receber apoio público do então presidente da República.

Por isso, Bolsonaro decidiu rifar a candidatura de Salles, apesar da fidelidade demonstrada pelo seu ex-ministro do Meio Ambiente e do seu alinhamento ideológico, que vai da defesa dos ruralistas e do armamento de civis ao discurso liberal na economia.

Apesar de Salles ter centrado sua artilharia em Valdemar Costa Neto, como se o presidente nacional do PL fosse o único responsável pelo naufrágio de sua candidatura a prefeito, foi o abandono pelo clã Bolsonaro que o levou a jogar a toalha nessa segunda-feira.

Bolsonaro teve dois almoços com Ricardo Nunes em menos de um mês e, na última visita a São Paulo, na semana passada, disse a aliados que o prefeito da capital é o “melhor nome” para derrotar a esquerda no ano que vem.

Um dos artífices dessa guinada pragmática de Bolsonaro é o advogado Fabio Wajngarten, amigo e padrinho de casamento de Salles. Ao lado de Valdemar, o ex-chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social do governo Bolsonaro fez a ponte do ex-presidente com o atual prefeito da capital.

O engajamento de Wajngarten na articulação, o que inclui a indicação do marqueteiro do PL, Duda Lima, para a campanha de Nunes, o colocou como um dos cotados a vice na chapa do prefeito emedebista. A escolha da vaga passará pelo crivo de Tarcísio, com quem Salles tem péssima relação, segundo interlocutores.

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