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Cota de partidos no 1º escalão não garante maioria a Tarcísio na Alesp

Governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas contemplou apenas cinco dos 18 partidos com cadeiras na Alesp na escolha do secretariado

atualizado

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Vinícius Rosa/Divulgação
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1 de 1 secretarios - Foto: Vinícius Rosa/Divulgação

São Paulo – A distribuição de cargos no primeiro escalão do governo entre partidos políticos não garantiu ao governador eleito Tarcísio de Freitas (Republicanos) uma maioria para conseguir aprovar projetos na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

Apenas cinco dos 18 partidos que elegeram deputados estaduais em outubro foram contemplados na escolha dos 23 secretários que tomam posse junto com Tarcício no próximo domingo (1/1).

Além do partido de Tarcísio, o Republicanos, que ficou com as pastas da Mulher, dos Esportes e do Turismo, ganharam espaço no secretariado o PSD, de Gilberto Kassab, com cinco pastas, e o PL, do presidente Jair Bolsonaro, o PSC e o PP, com uma secretaria cada.

Juntos, esses cinco partidos somam 36 deputados eleitos para a próxima legislatura, número bem abaixo do mínimo de 48 votos necessários para aprovar projetos na Alesp, como a privatização da Sabesp, promessa de campanha de Tarcísio. A Assembleia paulista é composta por 94 parlamentares.

Segundo escalão

Há uma expectativa nos bastidores de que, após a posse em 1º de janeiro, Tarcísio abra espaço para outros partidos no segundo escalão do governo, como comando de autarquias e empresas estatais.

A tendência é que partidos que integravam a coligação do governador Rodrigo Garcia (PSDB) no primeiro turno e que aderiram à campanha de Tarcísio no segundo, consigam espaço na máquina paulista de acordo com o tamanho de suas bancadas na Alesp.

O maior deles é o próprio PSDB, que elegeu nove deputados. Durante a transição, Garcia tentou manter o controle sobre a Habitação na futura gestão, mas a pasta foi entregue a um aliado de Kassab, futuro secretário de Governo e desafeto político do atual governador.

Ainda é possível que os tucanos indiquem o próximo presidente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), responsável pela construção de moradias populares, ou para outra estatal.

Espaço semelhante no segundo escalão deve ser negociado com o União Brasil, que elegeu oito deputados e dominava a área de transportes do governo, o MDB e o Podemos, que fizeram quatro parlamentares cada e também comandam secretárias no atual governo tucano.

Juntos, esses partidos poderiam agregar mais 25 votos para Tarcísio na Alesp, formando uma base com 61 deputados. Toda essa negociação será conduzida por Kassab, homem-forte do futuro governo e responsável pela articulação política.

Oposição

A oposição ao governo Tarcísio tem como certa uma bancada de pelo menos 23 deputados, sendo 18 eleitos pelo PT de Fernando Haddad, futuro ministro da Fazenda, e cinco pelo Psol, que também integrou a coligação do candidato petista derrotado por Tarcísio. Rede, Solidariedade e PDT, que estavam com Haddad no segundo turno, elegeram um deputado cada e também devem fazer oposição ao próximo governador.

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