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Policial de grupo de elite é morto por PM ao ser confundido com ladrão

Rahoney de Paula Vieira, do 4º Batalhão de Choque, estava de folga e foi morto a tiros quando abordava um carro na zona sul de SP

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Foto colorida de policial com farda verde escura, em montanha em dia ensolarado, segurando abaixo da cintura uma bandeira do grupo de operações especiais da PM de São Paulo - Metróles
1 de 1 Foto colorida de policial com farda verde escura, em montanha em dia ensolarado, segurando abaixo da cintura uma bandeira do grupo de operações especiais da PM de São Paulo - Metróles - Foto: Reprodução/Instagram

São Paulo – O cabo Rahoney de Paula Vieira, do 4º Batalhão de Choque, morreu na noite dessa sexta-feira (29/3) após ser baleado por um policial militar, que teria confundido o colega de farda, que estava de folga, com um suspeito. O caso ocorreu por volta de 22h40 na zona sul de São Paulo.

Rahoney, de 31 anos, realizava abordagem em um carro, usando trajes civis, na Vila Andrade, quando uma viatura do 16º Batalhão da PM passou pelo local.

Os ocupantes da viatura, segundo registros policiais, afirmam terem avistado Rahoney usando capacete e “com a arma em punho apontada para um veículo” na Rua Maria José da Conceição. Os PMs em serviço acreditaram tratar-se de um assalto e um dos agentes atirou contra Rahoney.

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Quando o abordaram, descobriram que ele era policial e o encaminharam, na viatura, ao Hospital Albert Einstein, onde sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu. Estavam na viatura um cabo e um soldado.

A reportagem apurou que, antes de integrar o Comando de Operações Especiais da PM, Rahoney trabalhou por cerca de um ano no 16º BPM, mesma unidade dos policiais que o confundiram com um ladrão. Ele compartilhou um vídeo, em uma rede social, no qual falou justamente sobre ter trabalhado no referido batalhão, cerca de três horas antes de ser morto.

Intervenção policial

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que a PM e o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) investigam “todas as circunstâncias” que envolvem a morte do policial.

A pasta acrescentou que “um dos policiais do patrulhamento” foi quem atirou contra o colega de farda, mas sem especificar qual deles efetuou o disparo. O caso é investigado como morte decorrente de intervenção policial.

O 4º Batalhão de Choque lamentou a morte do cabo em uma rede social. Ele ingressou na corporação em 25 de novembro de 2014. O grupo de elite da PM não menciona a causa da morte do policial, acrescentando que o velório irá ocorrer somente neste domingo (31/3), por causa da distância em que estão os familiares. A vítima deixa um filho pequeno.

O Metrópoles questionou a SSP e a PM sobre quantos tiros atingiram o PM da tropa de choque, além de quais medidas foram tomadas contra os policiais envolvidos no caso. Nenhuma das perguntas foi respondida. O espaço segue aberto para manifestações.

Morte no litoral

O cabo Rahoney de Paula Vieira e outro policial, identificado como Valci José Gouveira de Jesus, se envolveram em uma suposta troca de tiros, no litoral paulista, em 9 de fevereiro.

Na versão dos PMs, registrada em Boletim de Ocorrência, eles foram recebidos a tiros por dois supostos criminosos, quando os policiais faziam uma incursão pelo Morro São Bento, em Santos.

No documento oficial está registrado que Rahoney deu sete tiros de fuzil, e seu parceiro atirou três vezes contra Leonel Santos e Jefferson Miranda, que morreram após serem levados para uma unidade hospitalar.

Uma foto feita por uma moradora da região, porém, coloca em dúvida a versão dos policiais (veja abaixo).

Foto colorida de homem sentando em frente de residência humilde, em rua de terra, do lado do qual há um par de muletas - Metrópoles
Homem foi fotografado com suas muletas pouco antes de ser morto por PMs

Cerca de uma hora antes do suposto confronto, Leonel aparece sentado em frente a sua casa, com muletas ao seu lado.

Segundo a família, ele tinha dificuldade para se locomover, inclusive com o uso das muletas, não tinha arma e tampouco drogas, como a PM afirma ter apreendido com ele.

A ocorrência, segundo apurado pelo Metrópoles, é investigada pela Polícia Civil e Corregedoria da PM, além de ser acompanhada pelo Ministério Público e o Tribunal de Justiça paulistas.

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