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Greve em SP esquenta embate pré-eleitoral entre Nunes e Boulos

De olho na reeleição em 2024, prefeito Ricardo Nunes aproveita greve promovida por sindicato ligado ao PSol para criticar Guilherme Boulos

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foto colorida mostra acesso fechado na estação Itaquera durante greve dos metroviários - Metrópoles
1 de 1 foto colorida mostra acesso fechado na estação Itaquera durante greve dos metroviários - Metrópoles - Foto: Leonardo Amaro/Metrópoles

São Paulo – A greve que paralisou linhas de metrô e trem na Grande São Paulo nesta terça-feira (3/10) esquentou o embate pré-eleitoral entre o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), que tentará a reeleição no ano que vem, e o deputado federal Guilherme Boulos (PSol), que lidera as pesquisas de intenção de voto à Prefeitura de São Paulo.

Nunes aproveitou o fato de o sindicato que organizou a greve contra o plano de privatizações do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) ser ligado ao partido de Boulos, para classificar o adversário na disputa de 2024 como “radical da extrema esquerda”, uma vez que os metroviários descumpriram decisão da Justiça de manter 100% da operação do metrô no horário de pico desta manhã (das 6h às 9h).

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“O radicalismo é de um nível tão alto que eles nem sequer se preocupam com milhões de pessoas que estão sendo prejudicadas”, disse Nunes ao Metrópoles, na manhã desta terça. Juntos, Metrô e CPTM transportam cerca de 4,2 milhões de passageiros por dia nas nove linhas afetadas pela greve, sete delas completamente fechadas.

“O radicalismo inclusive descumpriu decisão judicial que determinou a manutenção das linhas nos horários de pico. Esse é o PSol, o partido do caos”, afirmou Nunes.

Já Guilherme Boulos viu na greve uma oportunidade para fazer críticas ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), principal nome do bolsonarismo em São Paulo e aliado de Ricardo Nunes nas eleições do ano que vem. O deputado foi ao X (ex-Twitter) para dizer que a responsabilidade pela paralisação era da “intransigência do governo”, que “apostou no conflito e não no diálogo”.

Ao Metrópoles, o deputado rebateu a fala de Nunes sobre seu partido. “O prefeito da Cracolândia e do caos no centro não tem nenhuma moral para falar do PSOL”, disse Boulos.

Politização da greve

A ligação de Boulos à greve se dá pelo fato de a presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa, ser filiada ao PSol. Dessa forma, para aliados tanto de Nunes quanto de Boulos, a disputa entre o sindicato e o governo estadual acaba sendo um conflito “por procuração” entre os dois pré-candidatos.

A equipe de Nunes pretende levar à campanha a imagem do prefeito como um nome moderado de centro, capaz de aglutinar uma gama de partidos ampla e que contaria com apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O discurso passa por vincular Boulos a ações extremistas, pelo fato de ele ser coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que promove invasões de imóveis desocupados como forma de pressão politica.

Nunes e Tarcísio mantiveram contato desde a noite de segunda-feira, para definir ações para tentar minimizar os impactos da greve na mobilidade da cidade. Assim como o governador, o prefeito decretou ponto facultativo na cidade, nesta terça, para reduzir a demanda por transporte.

Tarcísio, ao falar com jornalistas no começo da manhã, citou as eleições como pano de fundo da greve e disse que havia “motivação política” para o protesto.

Ao Metrópoles, aliados de Boulos buscaram destacar que a greve ocorreu após o sindicato dos metroviários propor à Justiça a possibilidade de liberar as catracas das estações, como já ocorre em dias de eleições e ocorreu no domingo, durante a eleição para conselheiros tutelares.

Na manhã desta terça, uma série de parlamentares do PSol da Câmara Municipal e da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) fizeram uma série de postagens em favor da greve e contra as privatizações do governo.

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