Gordura visceral pode agravar Covid, indica estudo da Unicamp e USP

Carga viral aumenta mais em células de gordura visceral, que envolve os órgãos, do que na gordura abaixo da pele, chamada de "pneuzinhos"

atualizado 21/11/2022 21:03

COVID, RONALDO GAZOLLA, CTI Aline Massuca/Metrópoles

São Paulo – Estudo realizado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na Universidade de São Paulo (USP) mostraram que a gordura visceral, aquela que envolve os órgãos, pode agravar quadros de Covid-19.

Isso porque a carga viral do coronavírus aumenta mais em um adipócito, no caso, uma célula de gordura visceral, do que no tecido gorduroso que fica abaixo da pele, chamado popularmente de “pneuzinhos”.

Outro fator agravante é que, durante uma infecção, a célula de gordura visceral produz mais citocinas pró-inflamatórias, moléculas que avisam o sistema imunológico sobre ameaças que devem ser combatidas.

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Células-tronco

Para chegarem a essas informações, os pesquisadores infectaram em laboratório dois tipos de células de gordura. Uma delas era proveniente de células-tronco humanas do tecido adiposo subcutâneo. A outra foi obtida a partir de células-tronco do tecido adiposo visceral.

Marcelo Mori, professor do Instituto de Biologia da Unicamp e um dos líderes do estudo, afirmou que foi possível observar que o adipócito visceral é mais suscetível à infecção pelo SARS-CoV-2. A pesquisa foi publicada na revista Nature em setembro.

Gordura

“A carga viral aumenta bem mais nesse tipo de célula de gordura do que no adipócito subcutâneo. Acreditamos que isso se deve, principalmente, à maior presença da proteína ACE-2 [à qual o vírus se conecta para invadir a célula] na superfície celular”, disse.

O grupo de cientistas coordenado por Mori provou, em julho de 2020, que o SARS-CoV-2 infectava as células de gordura humanas.

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