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“Não quero que você morra”, diz, em áudio, ex-mulher de homem linchado

Mensagem foi obtida com exclusividade pelo Metrópoles; para família, psicóloga foi a mandante de agressões contra o comerciante no Guarujá

atualizado

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osil guedes
1 de 1 osil guedes - Foto: Reprodução

São Paulo – A ex-mulher do comerciante Osil Vicente Guedes, que morreu após ser linchado por quatro homens na última quarta-feira (3/5) no Guarujá, litoral sul de São Paulo, disse a familiares da vítima que “não queria que ele morresse”. Em áudio enviado ao filho mais velho de Osil na sexta-feira (5/5), quando o comerciante já estava internado em decorrência dos ferimentos, Vanessa Regina Benedito de Almeida lamentava o fato de Osil ter dito anteriormente que tomaria remédios em excesso, como suposta tentativa de suicídio.

“Um dos motivos da depressão foi que ninguém ligou no dia do aniversário dele. Ele estava muito triste, falou que o filho dele não ligava para ele, que era você. ‘Ai, Vanessa, o meu filho não liga para mim. Eu estou muito triste, vou me matar.’ Então, ele tomou 60 cápsulas de remédio. Eu falei: ‘Osil, não se mata’. Ele falou: ‘Vou me matar, não enche meu saco’”, disse Vanessa no áudio obtido com exclusividade pelo Metrópoles.

A gravação foi enviada a um filho de Osil que tem 22 anos e mora em Recife. Na mensagem, ela relata uma discussão com o ex-companheiro, sem muitos detalhes. Depois diz que ele “nunca mais esteve” em sua casa.

“O seu pai veio aqui. Eu pedi para ele ir embora, deixei o portão aberto, e ele foi embora. Teve uma vez que ele chamou a polícia. A polícia veio aqui, conversou com ele e foi embora. Não teve nada a mais que isso. Aí teu pai nunca mais apareceu aqui no meu portão. Eu não sei [o que aconteceu], porque eu estou trabalhando”, diz Vanessa na gravação.

É a primeira manifestação conhecida de Vanessa, que não tem atendido a imprensa e também não foi ouvida pela polícia. Conforme revelado pelo Metrópoles, familiares da vítima apontam Vanessa como mandante do crime. Segundo relatos de parentes, além do espancamento sofrido na quarta-feira (3/5), Osil já havia sido agredido pelo mesmo grupo no dia anterior.

Inicialmente, a suspeita era que Osil tinha sido alvo de fake news e teria sido atacado porque tinha sido confundido com um ladrão de moto. A versão, contudo, já foi descartada pela polícia.

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Após sofrer a primeira agressão, Osil chegou a mandar mensagem para uma sobrinha, que também mora no Recife, em que se queixa que a ex-companheira havia chamado “três traficantes” para espancá-lo. E que um deles seria cunhado da psicóloga.

Paixão na terapia

A mulher é psicóloga e conheceu Osil por meio de sessões de terapia. Após quatro meses de consultas, Vanessa teria dito que estava apaixonada e que não poderia mais atender Osil, segundo pessoas próximas.

De acordo com um parente, os dois foram morar juntos pouco tempo depois. “Ele até mandou buscar o filho dele que estava no Nordeste, para morar junto. Estava tudo bem, até então. Ele vivia lá, sempre em contato com ela.”

O casal morou junto por cerca de um ano e se separou recentemente. Parentes confirmaram que Osil enfrentava crises de depressão e tomava medicamentos de tarja preta.

Conforme revelado pelo Metrópoles, na madrugada de quinta-feira (4/5), horas depois do linchamento que levou à morte de Osil, Vanessa tentou entrar na casa do ex-companheiro. Ela disse a uma testemunha que foi buscar “documentos” do filho mais novo dele. A mulher não conseguiu entrar.

Filho com autismo

De acordo com familiares, o filho mais novo de Osil, de 8 anos, morou com o pai durante o período em que ele e Vanessa estavam juntos. O garoto está no espectro autista e toma medicamentos diariamente.

No dia 1º de maio, segunda-feira, Vanessa enviou uma mensagem a Eliane, primeira mulher de Osil e mãe do filho dele, pedindo que ela viesse buscar o menino. A mulher mora em Sorocaba, no interior de São Paulo.

“Aqui é a Vanessa. O Osil deixou o Arthur comigo. Pediu para eu entregar ele para você. O Osil disse que ia embora. Eu disse para deixar o Arthur aqui comigo que eu cuido dele e que depois ligaria para você”, disse ela em uma mensagem enviada pelo Facebook.

Procurada pelo Metrópoles, Eliane afirmou que Vanessa teria dito que a depressão de Osil teria se agravado e que ele não teria mais condições de cuidar do filho.

“Ela falou que Osil estava com problema de saúde, com depressão, e que era para eu ir buscar o menino. Porque Osil não estava em condição de cuidar dele. Eu fui buscar ele na terça-feira. Aí, na quarta-feira, aconteceu tudo isso”, disse Eliane ao Metrópoles.

A mulher afirma que, quando foi buscar o filho, não teve contato com Vanessa. A psicóloga teria entregado o menino ao irmão de Osil, com quem Eliane se encontrou para buscar o filho.

Ainda ao Metrópoles, Eliane ainda questionou a versão dada por Vanessa de que Osil a teria agredido.

“Eu morei com ele mais de 20 anos. Ele nunca levantou a mão para me bater. Acho meio estranho que ela tenha falado que ele agrediu ela. Mesmo ele tomando medicamentos, mesmo ele depressivo, dopado, ele não a agrediria, não. Acho que isso não é verdade”, diz Eliane.

Assista ao vídeo abaixo:

O Metrópoles tentou contato mais de uma vez com Vanessa Regina Benedito de Almeida, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.

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