Como crise do Twitter pode afetar os serviços públicos em SP

Órgãos estaduais e concessionárias de São Paulo usam o Twitter para divulgar informações de utilidade pública

atualizado 23/11/2022 19:24

Foto de celular aberto no perfil do Twitter do empresário Elon Musk sob fundo em azul do logo da rede social - Metrópoles NurPhoto/ Colaborador/Getty Images

São Paulo – O Twitter tem vivido tempos de incertezas, que inclusive fizeram surgir especulações e memes sobre o fim da rede social. Caso isso se confirmasse, o impacto iria além do encerramento dos perfis pessoais. No estado de São Paulo, órgãos públicos e concessionárias também usam a plataforma para divulgar informações de utilidade pública.

Recentemente, a Polícia Rodoviária Federal (PRF-SP), responsável pelas rodovias federais que cruzam o estado paulista, usou sua conta para divulgar a situação de bloqueios feitos por bolsonaristas.

A conta da PRF-SP tem 5,2 mil seguidores, no entanto seu alcance é bem maior, pois é indicada para imprensa como canal oficial para obter atualizações sobre as interdições.

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Emergências

Já o Corpo de Bombeiros paulista divulga, praticamente, em tempo real no Twitter as ocorrências em andamento. O canal tem 209,7 mil seguidores e também é fonte de informações, fotos e vídeos para a mídia, principalmente, durante catástrofes.

Nesta quarta-feira (23/11), os bombeiros tuitaram às 17h03 que tinham iniciado às 16h41 o resgate de um afogamento durante o temporal. Fizeram mais duas atualizações do caso e, às 18h08, divulgaram que o atendimento tinha sido encerrado às 17h28 com o desfecho trágico: uma vítima fatal.

Mesmo com a presença atuante na rede social, a instituição reforça que a população deve pedir socorro estritamente pelo número 193 e também disponibiliza um telefone para jornalistas.

Interação

Já o perfil oficial do Metrô de São Paulo informa que o atendimento na plataforma ocorre de segunda a sexta-feira, das 5h às 0h. No canal, o órgão divulga a situação da circulação das linhas e a causa dos problemas.

Além do serviço, a conta interage com os passageiros. Na tarde desta quarta (23/11), o Metrô respondeu pelo Twitter usuários que reclamavam de trens abafados sem ar-condicionado e depois com goteiras.

A companhia também divulga o status das linhas em seu site e também tem uma central de informações por 0800.

Canal de comunicação

Para o professor de comunicação digital da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), Luli Radfahrer, é válido usar o Twitter como mais um meio de comunicação.

No entanto, é preciso lembrar que não se trata de um órgão de relações públicas. “O problema é quando existe uma dependência do serviço público de uma estrutura privada”, afirmou o especialista.

Hábito

Luli ainda ressalta que as redes sociais não “morrem da noite para o dia”, principalmente, porque a rede social já criou um ecossistema muito sólido. Então, existe um período de migração dos usuários para outras plataformas.

“Seria muito pior se o Twitter tivesse morrido há 10 anos quando as pessoas ainda não tinham muito o hábito. Mas hoje em dia você percebe que as pessoas firmaram um hábito de usar o produto digital, então elas vão usar uma outra ferramenta, migrar esse hábito”, disse.

“O Twitter é um bar, e você não é dono do bar”

Por último, Radfahrer deu um conselho para os tuiteiros: mantenha sua conta na rede social e espere para ver quais serão os desdobramentos dessa crise.

“O Twitter é como um bar e você não é dono do bar. Na hora que seus amigos pararem de ir nesse bar, você pergunta para os seus amigos para onde eles estão indo e vai para o mesmo bar que eles. O bar fechar não significa que você não vai mais sair para comemorar com seus amigos. Você só vai trocar de bar.”

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