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Cabo da PM é indiciado por morte de são-paulino atingido por bean bag

São-paulino Rafael dos Santos Tarcilio Garcia morreu após ser atingido por bean bag na cabeça; cabo da PM é acusado de ter feito o disparo

atualizado

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Reprodução/Redes Sociais
Foto colorida mostra homem com camisa regata do São Paulo, óculos de sol, boné e fazendo um "joia" com a mão.
1 de 1 Foto colorida mostra homem com camisa regata do São Paulo, óculos de sol, boné e fazendo um "joia" com a mão. - Foto: Reprodução/Redes Sociais

São Paulo – A Polícia Militar (PM) concluiu o inquérito e indiciou por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, o cabo Wesley de Carvalho Dias Silva, acusado de ser o autor do disparo com a munição do tipo bean bag que matou o são-paulino Rafael dos Santos Tercilio Garcia, 32 anos, na final da última Copa do Brasil.

O caso aconteceu na noite de 24 de setembro de 2023. Na ocasião, o cabo Wesley portava uma espingarda calibre 12, estava lotado no Regimento de Polícia Montada (RPMon), a Cavalaria da PM, e foi escalado para atuar no esquema de segurança da final do campeonato, vencido pelo São Paulo contra o Flamengo.

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Segundo a investigação, o cabo teria sido o responsável por atirar com a bean bag em meio a um tumulto no entorno do estádio do Morumbi, na zona sul da capital paulista, ao fim da partida. O tiro acertou a cabeça de Rafael, que foi socorrido pelos próprios torcedores, carregado em uma escada improvisada como maca, sem ajuda dos PMs, mas morreu depois.

Por se tratar de suposto assassinato, o inquérito da PM foi encaminhado para a Justiça comum em dezembro de 2023. O processo tramita na Vara do Júri do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

Em nota, o advogado João Carlos Campanini, que representa ao cabo Wesley, afirmou discordar do indiciamento por assassinato, ainda que sem intenção.

“O homicídio culposo é configurado por atos de negligência, imprudência ou imperícia no uso do armamento ou no procedimento policial, atos que em momento algum o cabo Wesley cometeu”, afirma.

Investigação

Já o inquérito instaurado no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, continua sem conclusão.

Nessa investigação, a Polícia Civil chegou a receber uma lista com 11 PMs que estavam com bean bags na final da Copa do Brasil. Posteriormente, a lista afunilou para três nomes – entre eles, o do cabo Wesley.

PMs ouvidos no inquérito alegaram que torcedores tentaram invadir o estádio e teriam atirado garrafas e pedras nos policiais.

As bean bags (saco de feijão, em português) são usadas desde 2021 pela corporação para conter distúrbios urbanos, como grandes aglomerações. Esse tipo de munição é utilizado por instituições de policiamento em países como os Estados Unidos e o México.

Bean bag

Segundo a PM, a munição do tipo bean bag seria de menor potencial ofensivo e menos letal. Ela é utilizada para causar distração a um possível agressor.

Ao atingir o suspeito, a força policial ganha alguns segundos – parece pouco, mas pode ser tempo suficiente para solucionar um sequestro, por exemplo.

O material começou a ser comprado pela PM durante a pandemia de Covid. Na época, a PM argumentou que as balas de borracha tinham alguns problemas, como desvios de trajetória do tiro, o que colocaria pessoas em risco.

Após a morte do são-paulino, o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, classificou o episódio como “tragédia” e chegou a afirmar que a PM vai reavaliar o uso de munição do tipo bean bag em controle de tumultos.

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