Aparição de caramujos africanos preocupa moradores de Campinas em SP
Com as chuvas recentes, moradores de Campinas notam aumento na presença de caramujos africanos. O animal é vetor de doenças como a meningite
atualizado
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São Paulo — Com o aumento das chuvas em São Paulo nos últimos dias, moradores de Campinas, no interior paulista, têm notado a presença de caramujos africanos na região.
O caramujo (Achatina fulica), um animal invertebrado, é risco para a população, porque transmite doenças como a meningite, além de invadir e destruir hortas e jardins.
O caramujo
Os caramujos foram trazidos ao Brasil ilegalmente no início da década de 1980 para serem servidos como escargot, mas foram rejeitados e descartados. No verão, o animal africano põe seus ovos embaixo da terra, os quais eclodem em dias de chuva.
Visto com frequência no ambiente urbano, após as chuvas recentes, caso o caramujo entre em contato com hortaliças, é recomendado lavar bem os alimentos em uma solução com 1 colher de sopa de água sanitária diluída em um litro de água filtrada por cerca de 30 minutos, antes de serem consumidos.
Em caso de aparição do animal, a Secretaria da Saúde de Campinas orienta ainda a população a entrar em contato com a prefeitura local pelo telefone 156 para formalizar a comunicação sobre a ocorrência. Equipes de inspeção devem ser enviadas para o local ou ponto de referência indicado para averiguar a situação.
Transmissor de doenças
Segundo o Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), existem duas doenças que podem ser transmitidas pelo caramujo africano. Uma delas é a meningite eosinofílica, causada pelo verme Angiostrongylus cantonensis, que passa pelo sistema nervoso central, antes de se alojar nos pulmões.
O ciclo da doença envolve moluscos e roedores, mas o homem pode entrar acidentalmente nesse ciclo. No Brasil, não há registro de nenhum caso da zoonose, mas já foi confirmada em ilhas do Pacífico, no sudeste asiático, Austrália e Estados Unidos.
A segunda doença potencial do caramujo é a angiostrongilíase abdominal, causada pelo parasita Angiostrongylus costaricensis. Muitas vezes é assintomática, mas em alguns casos pode levar ao óbito, por perfuração intestinal e peritonite — inflamação dos órgãos intestinais.
Como combater
Para combater os caramujos é recomendável o controle através da catação com as mãos protegidas com luvas ou sacos plásticos. O uso de pesticidas não é recomendado pela alta toxicidade das substâncias.
A catação manual deve ser feita nas primeiras horas da manhã ou à noite, horários em que os caramujos saem da terra. Durante o dia, os animais se escondem para se protegerem do sol.