Quem matou Jéssica Leite?

O crime bárbaro que chocou o Distrito Federal na tarde de terça-feira (14/6), quando a universitária Jéssica Leite, 20 anos, foi esfaqueada e morta em Taguatinga, é mais um capítulo da violência aleatória que pode atingir qualquer morador do Distrito Federal.

A quarta-feira (15) foi de comoção por parte de parentes e amigos, que foram obrigados a se despedir de Jéssica; e de trabalho intenso por parte das forças policiais. Enquanto a PM fazia buscas para identificar e encontrar suspeitos, o efetivo da 17ª DP se concentrava em investigar as circunstâncias do crime. Um casal chegou a ser conduzido à delegacia à noite, mas testemunhas não os reconheceram.

Horas antes, foi revelado que havia uma pequena porção de maconha e microsselos de LSD na mochila da jovem. O delegado Flávio Messina, entretanto, foi categórico ao afirmar que não há como saber se as drogas eram da vítima. Mesmo que fossem, pela quantidade, Messina classificaria o caso como o de uma usuária, e não traficante.

Enfim, pouco interessa se Jéssica fumava maconha ou se o entorpecente foi colocado na mochila dela por outra pessoa. O que importa, de fato, é o contexto do crime. A morte de Jéssica ressalta a falta de segurança de nossa sociedade, que vê tragédias como a de terça se repetirem diariamente nas mais variadas regiões do DF e Brasil afora

No caminho para a faculdade, em plena luz do dia, uma jovem teve o destino brutalmente selado por uma faca no peito. Jéssica poderia ser você, sua irmã, prima, vizinha ou colega — a violência espreita a todos nós. Só não poderá ser uma jornalista, como queria. Em vez de um futuro, Jéssica agora engrossa as estatísticas. E deixa uma família desolada.

Nos próximos dias, o caso deve ter um desfecho. As polícias estão empenhadas em encontrar o assassino. E, ao mesmo tempo em que se tenta dirimir a dúvida sobre quem matou Jéssica, espero que nossas autoridades estejam preocupadas com outra questão urgente:

Como evitar que tragédias como a de Jéssica voltem a acontecer?