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Síndica do Bloco H da 312 Sul manterá veto a brincadeiras de crianças

Larissa Villela (foto), moradora do Bloco H da 312 Sul, recebe apoio nas redes sociais e de vizinhos após filhas serem impedidas de brincar

atualizado

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Giovanna Bembom/Metrópoles
larissa e as filhas no bloco h da 312 sul
1 de 1 larissa e as filhas no bloco h da 312 sul - Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles

O desabafo de Larissa Maria de Oliveira Moraes Villela no Facebook mobilizou internautas e vizinhos do prédio onde ela mora, na 312 Sul. A indignação da arquiteta de 31 anos foi resultado das regras do condomínio, que proíbe crianças de brincarem nos pilotis do Bloco H. Desde que o Metrópoles publicou a história, na tarde desta quinta (26/1), centenas de pessoas saíram em defesa da família. Algumas chegaram a propor um “brincalhaço” no edifício. Mas a repercussão do caso não deve mudar as regras.

“A moradora pode chamar até o papa. Se está no regimento, deve ser cumprido”, afirmou a síndica do Bloco H, Salete Gomes. A responsável pelo condomínio argumentou que a restrição foi aprovada pela maioria dos moradores em assembleia e diz nunca ter tido problemas em relação a esse assunto.

Larissa, que se mudou para o Bloco H em dezembro do ano passado, é mãe das pequenas Maria Eduarda, 4 anos, e Rafaela Maria, 2. Ao Metrópoles, a arquiteta diz não entender a proibição. “Como ‘filha de Brasília’, eu brincava muito debaixo do bloco onde morava”, lembra Larissa, que já morou nas quadras 403 e 306 da Asa Sul.

Espaço público
A mãe conta que não quis criar confusão no prédio onde mora. “Relatei o caso na assembleia do condomínio e me disseram que minhas filhas não poderiam brincar ou fazer barulho embaixo do bloco. Como arquiteta, estudei e tenho conhecimento que os pilotis (conjunto de pilares que elevam um edifício e deixam livre o térreo) dos blocos de Brasília são públicos. Não se pode proibir que crianças brinquem. Elas estão sendo privadas de exercer o direito de serem crianças”, afirma.

Com a publicidade dada ao episódio nas redes sociais, o caso voltou a repercutir no Bloco H. Morador do prédio, o servidor público Jorge Moyses, 35 anos, é pai de duas crianças, de 11 e 9 anos, e a esposa está grávida de 6 meses do terceiro. “Moro aqui há 10 anos. Não concordo com essa proibição, pois a presença de crianças estimula a convivência entre os moradores. No apartamento, existe pouco espaço. Nessa época de chuva, elas não têm onde brincar.”

Giovanna Bembom/Metrópoles
Bloco H da 312 Sul

 

Segurança
Um dos motivos alegados para a proibição é a questão da segurança. Como o piso é escorregadio, as crianças poderiam cair e se machucar. No entanto, Jorge diz não concordar com essa justificativa. “São crianças, têm muita energia e podem se machucar em qualquer lugar. O importante é que haja uma supervisão por parte de um adulto. Esse argumento não justifica a proibição”, opina.

Igor Soares, 27, é geógrafo e também mora no local. Ele foi outro que saiu em defesa de Larissa, mesmo sem ter filhos. “Moro aqui desde criança, há pouco mais de 20 anos. O regimento é muito antigo. Precisa ser mudado e atualizado. Proibir as crianças de brincar é um absurdo. Os pilotis são um espaço público e devem ser usados.”

Giovanna Bembom/Metrópoles
Regimento interno do Bloco H da 312 Sul: brincadeira, só com permissão do síndico

 

Apoio, críticas e “brincalhaço”
No Facebook, o caso de Larissa recebeu apoio, mas também houve algumas críticas à postura da arquiteta. Confira alguns comentários

Reprodução/Facebook

Reprodução/Facebook

Reprodução/Facebook

Reprodução/Facebook

 

Sindicato
Segundo informações do Sindicato dos Condomínios Residenciais e Comerciais do DF (Sindicondomínio-DF), cada bloco “faz suas próprias regras, por meio de regimento aprovado em assembleia”. “Para solicitar alguma alteração, o morador (a) deve escrever uma carta ao síndico pedindo uma reunião extraordinária e a inclusão do tema na pauta, para ser votado”, acrescentou a entidade.

A Administração Regional do Plano Piloto foi procurada para comentar a legalidade da proibição de brincar sob os prédios. No entanto, até a última atualização desta reportagem, o órgão não havia se manifestado.

Facebook/Reprodução

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