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Cruzeiro, um verdadeiro caldeirão cultural

RA se destaca na vida musical do DF, tendo o samba como carro-chefe, e a Aruc como referência

atualizado

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Agência Brasília/Divulgação
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1 de 1 aruc - Foto: Agência Brasília/Divulgação

A vocação cultural parece estar no destino do Cruzeiro. O bairro nasceu no fim da década de 1950, com a chegada dos funcionários públicos, transferidos da então capital, Rio de Janeiro. Pouco tempo depois, em outubro de 1961, esses moradores criaram a Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro (Aruc) e de lá para cá a cultura do bairro só cresceu.

Moradora do Cruzeiro Novo há cinco anos, Fernanda Botelho reconhece a programação intensa do bairro. Além da Aruc e do Círculo Operário do Cruzeiro, Fernanda lembra que há muita música no Quiosque do Codorna (ponto de encontro do bloco de carnaval Suvaco da Asa), Kiosky da Rosa, Boteco Show de Bola e Restaurante & Cervejaria Allberg, entre outros estabelecimentos. “Aqui tem de tudo: rock, axé, festas LGBT, mas o que fica em evidência é o samba”, diz a estudante. “As noites do bairro são animadas, mas nada que atrapalhe o sono dos moradores. É tudo bem tranquilo”, garante.

Divulgação/Luara De
Filhos de Dona Maria em apresentação no Círculo Operário

 

Cantor, compositor e multi-instrumentista, Vinícius de Oliveira é só elogios ao Círculo Operário. O espaço, que também recebe shows de rock e de forró, virou lugar cativo dos Filhos de Dona Maria, grupo de samba do qual Vinícius faz parte.

Com a lei do silêncio, os espaços estão cada vez mais escassos e ele se tornou um bom lugar para as nossas apresentações. Os músicos estão abraçando o local não só como refúgio, mas como reduto do samba. Lá, é possível reunir gente de todos os bairros e classes socais do DF. O Círculo é a cara do Brasil.

Vinícius de Oliveira, compositor

Tradição azul e branca
O músico também destaca a importância da Aruc na história cultural do Cruzeiro e do DF. “Ela nos lembra que o samba tem raiz nas agremiações. Assim como a Acadêmicos da Asa Norte, a Aruc é um ponto de referência e representa a tradição do gênero”, aponta Vinícius.

De acordo com Helio Tremendani, a história do Cruzeiro e da Aruc se confundem. “Eles foram criados com apenas dois anos de diferença. A Aruc sempre teve como destaque o trabalho social, esportivo e carnavalesco”, conta o ex-presidente da escola de samba. “Foi ela quem estimulou as melhorias e a consolidação do bairro, além da criação da Administração do Cruzeiro, antes atrelada ao Plano Piloto.”

Há 10 meses, ele criou a página “Memórias do Cruzeiro”. A ideia é fazer com que os moradores se reencontrem e relembrem os momentos. Vencido o “desafio” de reunir os colegas do bairro, Helio se prepara para uma batalha mais difícil: regularizar a área que a Aruc ocupa.

“A situação do local venceu há cinco anos. Queremos retomar esse processo para dar continuidade às atividades da escola. Já tenho separados 1.500 documentos que comprovam a capacidade cultural e esportiva da Aruc”, diz Helio. “Sempre tivemos muito apoio da comunidade, contrariando a postura dos políticos locais. Resolver essa situação é reconhecer a história da Aruc”, completa.

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