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Sinais trocados do governo levam a alta da Bolsa e do dólar na semana

Discurso de Lula atacando a autonomia do Banco Central e crise na Americanas afetam o câmbio, mas alta da Vale e Petrobras salvam a Bolsa

atualizado

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Fábio Vieira/Metrópoles
Bolsa de valores sao paulo b3 queda
1 de 1 Bolsa de valores sao paulo b3 queda - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, encerrou o dia em queda de 0,8%, aos 112.041 pontos. No entanto, no acumulado da semana o índice de ações registrou alta de 1,1%.

A “salvação da lavoura” do mercado veio do setor de commodities. A reabertura total da economia chinesa, com o fim das medidas de quarentena para conter os casos de Covid-19, levou a uma alta nas cotações do petróleo e do minério. A volta da normalidade na China tende a acelerar a demanda por produtos básicos, o que favorece as empresas do segmento.

A Petrobras, por exemplo, acumulou ganho de quase 8% na semana. Já a Vale teve ganhos mais comedidos no período, de 0,5%, mas ainda defendeu um desempenho positivo. As duas empresas representam os papéis de maior peso no Ibovespa.

Por outro lado, a grande perdedora da semana foi a Americanas. Desde segunda-feira, as ações da empresa derreteram 79% e valem, agora, menos de R$ 1. No jargão do mercado, os papéis da empresa saíram do patamar de R$ 12 para entrarem no clube de penny stock – ou, traduzindo, ação de centavos.

Desde a última quarta-feira, quando o rombo de R$ 20 bilhões no balanço veio à tona, a empresa perdeu nada menos que 94% do seu valor. Ontem (19/1), a Americanas entrou oficialmente em recuperação judicial e deverá tentar renegociar sua dívida de R$ 43 bilhões para não falir.

Outro fator que nublou o céu do mercado brasileiro foram as falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva atacando o desempenho do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Em entrevista à Globonews, Lula disse não ver necessidade em ter um BC autônomo, e defendeu que, nos seus dois primeiros governos, mesmo sem independência, a autoridade monetária teria tido um desempenho melhor. Para fechar, o Presidente da República ainda disse que a de inflação “arrocha” a economia, e defendeu uma meta em 4,5% ao ano, ao invés dos 3,5% atuais e dos 3% que valerão a partir de 2024.

O discurso foi interpretado como, primeiro, uma tentativa do governo de fritar Campos Neto, que tem mandato garantido até o final do ano que vem pela Lei de Autonomia do BC, goste Lula ou não. Segundo, os investidores enxergam na fala de Lula uma postura de tolerância com a inflação, o que indica que o Brasil pode seguir com juros altos pelos próximos anos.

Dólar

O efeito negativo de uma Selic elevada sobre o crescimento da economia e o consumo pintaram um cenário negativo para quem olha o Brasil de fora. Sinal disso é o comportamento do câmbio.

O dólar encerrou o dia em alta de 0,7%, aos R$ 5,20. Na semana, a moeda americana acumulou alta de mais de 2%, e bateu o maior patamar dos últimos 10 dias.

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