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Renda extra: como investir em fundos e aumentar seus ganhos

Metrópoles preparou um guia para que você entenda como funcionam 8 tipos de fundos de investimento e como eles podem aumentar sua renda

atualizado

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Dinheiro investimentos
1 de 1 Dinheiro investimentos - Foto: GettyImages

Você já pensou em investir o seu dinheiro em uma espécie de “condomínio”, no qual diversas pessoas aplicam conjuntamente no mercado financeiro e de capitais e dividem os ganhos de forma proporcional aos valores depositados por cada uma delas?

Em linhas gerais, é assim que funcionam os fundos de investimento, que já são quase 30 mil no Brasil e somaram mais de R$ 7 trilhões em patrimônio líquido em 2022 (alta de 7% na comparação com o ano anterior), segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

De acordo com a entidade, o número de contas de investidores saltou de 30,8 milhões, em 2021, para 34,5 milhões no ano passado, o que representa um crescimento de 12%.

Nesse “condomínio” de investidores, a soma do dinheiro forma o patrimônio do fundo, que pode ser aplicado por um profissional ou uma empresa. São os gestores dos fundos que definem as estratégias de investimento em produtos do mercado financeiro, como ações, títulos públicos, Certificados de Depósito Bancário (CDBs), debêntures, ativos do mercado imobiliário e moedas. Cada investidor entra com uma cota do patrimônio total.

Dependendo do fundo de investimento escolhido para a aplicação, é possível receber uma “renda passiva” todos os meses, sob forma de dividendo – parcela do lucro distribuído aos cotistas. Os fundos imobiliários (FIIs), por exemplo, estão entre aqueles que mais pagam dividendos, assim como os Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagros). Outros fundos, como o de ações, pagam dividendos de forma indireta, por meio do lucro distribuído pelos gestores – que é reinvestido em ações, valorizando as cotas.

“Com o emprego crescendo e o salário aumentando, a educação financeira vai ficando mais acessível às pessoas. Elas começam a entender o que é poupar e vão guardando dinheiro, o que as leva para a indústria de fundos. Outro ponto importante é a praticidade. Você terceirizar a gestão do seu dinheiro para um especialista contribui para a evolução do patrimônio”, analisa Hugo Queiroz, sócio da SGinc Consultoria de Investimentos.

“Mas é preciso observar o custo, que impacta bastante a evolução do patrimônio ao longo do tempo. Outra coisa essencial é conhecer bem o gestor. Seu histórico, capacitação técnica, vivência e experiência, para saber se tem ou não competência para fazer a gestão do patrimônio do cliente”, pondera.

O Metrópoles preparou um guia para que você entenda como funcionam 8 tipos de fundos de investimento e de que forma eles podem aumentar sua renda por meio da distribuição dos lucros. Assim, saberá qual deles é o mais adequado ao seu perfil, aos seus objetivos e ao seu bolso.

Fundo imobiliário

Com cotas negociadas diretamente na Bolsa de Valores, os fundos imobiliários (FIIs) reúnem investidores que pretendem aplicar seu dinheiro em empreendimentos e ativos do setor imobiliário – sem precisar, necessariamente, comprar um imóvel. Muitos desses fundos são listados na Bolsa e negociados como ações. Por lei, esses fundos têm a obrigação de partilhar entre os cotistas quase todo o lucro líquido (pelo menos 95%).

Produto liberado recentemente pela Bolsa de Valores brasileira, o aluguel de FIIs é semelhante ao aluguel de ações. Nessa modalidade, o doador cede cotas de FIIs para aluguel. O tomador é o locatário. Essa é uma opção vantajosa para o dono das cotas porque a B3 garante o recebimento da mensalidade contratada sem taxa extra. As tarifas ficam sob responsabilidade do locatário, que tem de pagar taxas referentes ao volume da transação, aluguel e corretagem. Trocando em miúdos, trata-se de uma forma de receber o aluguel sem precisar ser o dono do imóvel. Essa distribuição de rendimentos de aluguéis gera uma renda mensal ou semestral. E ainda há uma outra vantagem: o rendimento distribuído por essas carteiras está isento do Imposto de Renda.

Fiagro

Como mostrou uma reportagem publicada pelo Metrópoles, o Fiagro, disponível para os investidores há pouco mais de um ano, vive um “boom” no Brasil. O fundo permite a captação de recursos de investidores para aplicação em ativos do agronegócio. Os recursos captados são direcionados para investimentos em imóveis rurais e atividades da produção agroindustrial. O investimento também pode ser feito em valores mobiliários ou títulos de crédito. Com funcionamento semelhante ao dos FIIs, o Fiagro distribui dividendos, periodicamente, aos cotistas. No caso da aplicação em títulos imobiliários, a renda vem dos rendimentos distribuídos por esses ativos ou pela diferença entre os preços de compra e venda. Segundo um levantamento da Quantum Finance, pelo menos quatro ativos fecharam o ano com rendimentos distribuídos superiores à taxa Selic (atualmente em 13,75% ao ano), com índices que variam entre 14% e 18%.

Fundo de ações

Voltados para o mercado de capital, os fundos de ações investem, no mínimo, 67% do patrimônio em ações negociadas em mercado de Bolsa – o percentual restante pode ser distribuído por outros ativos. O maior risco está na variação de preços dos papéis incluídos na carteira. Como são aplicações em renda variável, estão mais expostos a risco (mas têm expectativa de maior rentabilidade). Por isso, são indicados para investidores mais arrojados.

Fundo de renda fixa

É composto por pelo menos 80% de ativos de renda fixa, entre os quais títulos públicos (Tesouro), títulos privados e títulos de emissão bancária (como CDBs e LCIs/LCAs). A liquidez do fundo é alta, a rentabilidade é previsível e o investimento inicial é baixo, o que é um ponto positivo para investidores iniciantes ou mais conservadores. O principal fator de risco é a variação da taxa de juros e do índice de preços.

Fundo multimercado

O fundo multimercado oferece um “mix” de aplicações, tanto em renda fixa quanto em renda variável, além de cotas de outros fundos. Com tamanha diversidade, a política de investimento envolve vários fatores de risco, dependendo de como os recursos estão distribuídos na carteira. Com maior flexibilidade, esse tipo de fundo oferece um rendimento mais alto do que aplicações mais conservadoras.

Fundo cambial

O fundo cambial investe pelo menos 80% do patrimônio em ativos relacionados a moedas. O maior fator de risco, portanto, é a flutuação de preço das moedas estrangeiras. O tipo mais procurado nessa categoria é o fundo cambial de dólar, que acompanha a variação da cotação da moeda americana. Uma das vantagens de investir em fundos cambiais é que muitos deles exigem aplicações iniciais mais baixas. Por outro lado, é necessário gastar com o pagamento de taxas de administração.

Fundo de previdência

Este fundo é focado na aposentadoria ou em objetivos de longo prazo dos cotistas. Divide-se em duas fases: a de acumulação (com aportes e rendimentos) e a de usufruto (com a retirada do dinheiro). É no fundo de previdência que são aplicados os recursos dos investidores que têm planos de previdência privada como PGBL e VGBL. As categorias de aplicação envolvem, principalmente, investimentos em renda fixa, ações e multimercados.

Fundo de índices (ETF)

O Exchange Traded Fund (ETF), o fundo de índices, funciona de maneira semelhante ao fundo de ações, mas “espelha” a performance dos índices de referência – como o Ibovespa, no caso da Bolsa brasileira. Os recursos dos cotistas são aplicados em uma carteira de ações específica. No caso dos ETFs, é possível diversificar o risco por meio de investimento em um pacote de ativos relacionados a determinado índice. As cotas de ETF podem ser compradas diretamente na Bolsa.

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