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PIB forte no 1º tri deve melhorar projeções para 2023, dizem analistas

Nas últimas semanas, alguns dos principais bancos do país vêm revisando para cima suas projeções para o desempenho do PIB brasileiro no ano

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O bom desempenho da economia brasileira no primeiro trimestre deste ano, com alta de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em relação aos três meses anteriores, deve levar bancos, instituições financeiras e o mercado, em geral, a aumentarem suas projeções para o crescimento do país em 2023.

É o que afirmam economistas e analistas consultados pelo Metrópoles nesta quinta-feira (1º/6), depois da divulgação do resultado dos três primeiros meses do ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O PIB do primeiro trimestre surpreendeu para cima, com um número muito positivo. E isso, provavelmente, vai fazer com que os agentes de mercado façam revisões para cima para os próximos trimestres”, afirma Ricardo Jorge, sócio da Quantzed.

Segundo Jorge, a tendência é a de que o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, opere com ganhos ao longo do dia, com os investidores repercutindo de forma positiva o PIB acima do esperado.

“Se tudo vier em linha, eu acredito que é bolsa para cima por causa do PIB e os juros devem ter uma leve correção, dado que a tendência principal é de melhora dessa perspectiva para a curva de juros”, projeta.

Para Rafael Perez, economista da Suno Research, o resultado do PIB no primeiro trimestre “mostra que a economia foi puxada pelo lado da oferta neste início de ano”.

Apesar do grande destaque para a agropecuária, que disparou mais de 21%, Perez ressalta “o desempenho da indústria extrativa, tendo em vista os preços mais favoráveis das cotações de commodities no mercado internacional”. “O segmento permitiu uma queda menor da indústria neste primeiro trimestre”, avalia. A indústria, em geral, ficou praticamente estável no trimestre, com um ligeiro recuo de 0,1%.

“Para o restante do ano, a expectativa é de uma maior estabilidade do PIB, sentido os efeitos do aperto monetário do Banco Central, e a dissipação dos efeitos do agro, que são mais concentrados no primeiro trimestre”, conclui.

Para Marco Caruso, economista-chefe do Banco Original, a tendência é a de que haja bom avanço do PIB no segundo trimestre, embora, mais adiante, seja esperada uma desaceleração da atividade econômica.

“De um lado, esperamos uma desaceleração da atividade econômica em consequência das condições de crédito mais apertadas e a dissipação do impulso no período pós-pandemia. Por outro, ainda temos observado dados de maior frequência sugerindo um bom avanço no segundo trimestre”, afirma. “Preliminarmente, estimamos um crescimento de 1,7% em 2023, ante 0,9% anteriormente.”

Revisão de estimativas

Nas últimas semanas, alguns dos principais bancos do país vêm revisando para cima suas projeções para o desempenho da economia brasileira em 2023.

Nesta semana, o Citi informou que agora estima uma alta de 1% do PIB neste ano, ante 0,3% da estimativa anterior.

Segundo a instituição financeira, a elevação da projeção para o PIB se deve ao desempenho da economia no primeiro trimestre, com indicadores de atividade que superaram as expectativas.

Outras instituições financeiras, como Itaú, Bradesco e Santander, também anunciaram recentemente a revisão das projeções sobre o desempenho da economia brasileira em 2023.

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