PIB do agro deve cair quase 1% em 2023 e até 2% em 2024, diz CNA
De acordo com a entidade, as perdas do PIB do agro em 2023 devem ser de 0,94%, apesar do recorde na produção de grãos na safra 2022/2023
atualizado
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O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio deve terminar este ano com uma queda de quase 1% e, em 2024, pode recuar até 2%. É o que projeta a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em relatório divulgado nesta quarta-feira (6/12).
De acordo com o levantamento da entidade, as perdas do setor em 2023 devem ser de 0,94%, em meio ao comportamento “desfavorável dos preços do agronegócio”, que afetou todos os segmentos.
Por outro lado, aponta a CNA, houve recorde na produção de grãos na safra 2022/2023, com 322,8 milhões de toneladas.
“A principal razão para o resultado negativo é o comportamento desfavorável dos preços do agronegócio, os quais foram registrados em todos os seus segmentos, mas especialmente no campo e quanto aos insumos”, explica a CNA.
Ainda de acordo com a entidade, a queda só “não será maior devido aos excelentes resultados da produção dentro da porteira e na agroindústria pecuária, em termos de volume de produção”.
Apesar da perspectiva de queda em 2023, o PIB do agronegócio deve alcançar R$ 2,6 trilhões, o que seria o terceiro maior valor da série histórica iniciada em 1996 (perdendo apenas para 2021 e 2022).
Projeção para 2024
Para 2024, segundo a CNA, os custos de produção e os preços das commodities podem prejudicar a receita do agro, além das consequências de fenômenos climáticos como o El Niño.
“O resultado do PIB no ano que vem vai depender, sobretudo, da relação entre preços de produtos e custos de produção nos diferentes segmentos (para ambos, são esperadas quedas frente a 2023), da magnitude da retomada da agroindústria e dos efeitos do El Niño sobre as produtividades no Brasil”, diz a confederação.
Agro recua no 3º trimestre
Dados divulgados na terça-feira (5/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que o PIB do Brasil registrou uma leve alta de 0,1% no terceiro trimestre de 2023, com crescimento puxado pelos setores de indústria e serviços.
Depois de alavancar o crescimento da economia do país no início do ano, quando avançou mais de 21%, a agropecuária recuou 3,3%, em resultado já esperado pelo mercado.
Apesar da queda no terceiro trimestre, a agropecuária registrou alta de 8,8% em relação ao mesmo período de 2022, graças ao desempenho de itens da lavoura que possuem safra relevante no período, como milho (19,5%), cana-de-açúcar (13,1%), algodão herbáceo (12,5%) e café (6,9%).