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Pesquisa exclusiva: O que os brasileiros esperam da economia em 2023

Para 36%, a situação deve melhorar, o que representa mais do que o dobro dos 17% que também previam avanços na virada de 2020 para 2021

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Fotografia colorida de pessoa contando dinheiro
1 de 1 Fotografia colorida de pessoa contando dinheiro - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A maior parte da população, o equivalente a 36% dos brasileiros, acredita que a economia vai melhorar em 2023. Ocorre que, na prática, esse grupo é não muito superior à turma que crê que ela permanecerá igual (28%), ou mesmo, nem se distingue tanto daqueles que acham que a situação vai piorar (29%). Esses 36%, contudo, representam mais do que o dobro dos 17% que disseram a mesma coisa na passagem de 2021 para 2022.

Ou seja, se a expectativa em torno da economia não está ótima. Ainda assim, é bem superior às previsões de um ano atrás (veja quadro abaixo). É isso o que mostra uma pesquisa realizada pelo Instituto Travessia, de São Paulo, com exclusividade para o Metrópoles. O levantamento foi feito entre os dias 14 e 15 de dezembro, por meio cerca de mil entrevistas por telefone, com pessoas com idades a partir de 16 anos e em todo o país.

Entre os que esperam que a economia avance, a maior parcela, o equivalente a 37%, pertence às camadas mais pobres da população, com renda máxima de dois salários mínimos por mês. Em contrapartida, observado o bloco dos que imaginam que a situação vai piorar, os 29% do total, a situação inverte-se.

Menos cálculo e mais vontade

Os que ocupam as maiores faixas de renda, acima de cinco mínimos mensais, representa 35% dos pessimistas, contra 25% dos que estão na base da pirâmide. Entre esses dois extremos de renda, portanto, há um fosso de 10 pontos percentuais. “É muita coisa. Acontece que, mais do que uma previsão, a pesquisa reflete a esperança das pessoas na recuperação econômica do país”, diz Renato Dorgan Filho, sócio e analista do Travessia. “Por isso, não surpreende o fato de ela ser bem maior entre os mais pobres.”

Resposta semelhante foi dada pelos participantes da sondagem quando a questão abordou o que cada um espera do comportamento do seu poder de compra em 2023. Do total de entrevistados, 32% disseram que ele vai melhorar, 28% que permanecerá igual, 31% que vai descer a ladeira e 9% não quiseram ou não souberam responder (veja quadro abaixo).

Como a margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais para cima ou para baixo, os números são, na prática, estão muito próximos, à semelhança do que ocorreu com a pergunta anterior.  “Mas isso só mostra que as pessoas estão atrelando o seu poder de compra ao desempenho geral da economia”, afirma o analista. “O que é algo bastante coerente.”

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