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Parcela de famílias “muito endividadas” chega a pior nível desde 2010

Percentual de famílias muito endividadas chegou a 18,5%, segundo pesquisa da CNC. Endividamento atinge 78,5% das famílias brasileiras

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A fatia de famílias brasileiras que se consideram muito endividadas chegou a 18,5% em junho, segundo novos dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O número é o maior da série histórica da pesquisa, iniciada em 2010.

Ao todo, o percentual de famílias com dívidas a vencer aumentou ligeiramente em junho, subindo 0,2 ponto percentual e chegando a 78,5% das famílias. A fatia é a maior desde novembro do ano passado.

Desse grupo, o total de famílias com dívidas atrasadas (a chamada inadimplência) atinge 29,2%, alta de 0,1 ponto percentual.

O percentual de inadimplentes teve leve alta após ficar estável nos últimos seis meses. Do total de consumidores com dívidas atrasadas, quatro em cada dez afirmam que não têm condições de pagar os compromissos de meses anteriores.

Inflação menor contém alta da inadimplência entre mais pobres, diz CNC

Na outra ponta, a inflação desacelerando tem gerado efeitos mais positivos na renda, segundo a CNC. A parcela da renda comprometida com dívidas caiu para seu menor patamar desde setembro de 2020, em 29,6%.

“Isso é resultado da melhora da renda dos consumidores que recebem até 10 salários mínimos, que ocorre por conta da dinâmica favorável da inflação em desaceleração desde o fim do ano passado”, disse em nota Izis Ferreira, economista da CNC.

Apesar da trégua na inflação, sobretudo consumidores com dívidas há muito tempo seguem com dificuldade em quitar os débitos atrasados. Dentre as faixas de renda, a inadimplência cresceu mais na classe média (consumidores com renda mensal entre 5 a 10 salários mínimos viram alta de 2,7 p.p.).

Enquanto isso, Ferreira afirma que “a absorção de pessoas com menor nível de escolaridade pelo mercado de trabalho” e programas de transferência de renda mais robustos” têm contido o avanço da inadimplência entre famílias de menor renda.

Especialistas ressaltam que o endividamento por si só não é ruim, pois pode significar que uma família obteve financiamento para comprar um imóvel, por exemplo. O desafio ocorre quando as parcelas se acumulam e chega-se a um cenário de inadimplência, com contas atrasadas e e acúmulo de encargos sobre as dívidas que tendem a corroer a renda das famílias.

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