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Para Copom, arcabouço fiscal é fator de risco para cenário de inflação

Nova regra, se não for “sólida e crível”, pode ter efeito contrário ao pretendido e não permitir a redução dos juros no Brasil

atualizado

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Felipe Menezes/Metrópoles
Banco Central do Brasil
1 de 1 Banco Central do Brasil - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

O novo arcabouço fiscal, que deve substituir o teto de gastos, pode ter um efeito tanto positivo como negativo no combate à inflação. É isso o que mostra a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), realizada na quarta-feira (22/3), cujo conteúdo foi divulgado nesta terça-feira (28/3).

No texto, o Copom aponta que um “arcabouço fiscal sólido e crível pode levar a um processo desinflacionário mais benigno”. Isso ocorrerá no caso de “reduzir as expectativas de inflação, a incerteza na economia e o prêmio de risco associado aos ativos domésticos”.

Ao mesmo tempo, o Comitê inclui as novas regras fiscais entre os fatores de risco para os cenários que traça sobre a inflação. São eles “uma maior persistência das pressões inflacionárias globais”, “a incerteza sobre o arcabouço fiscal e seus impactos sobre as expectativas para a trajetória da dívida pública” e “uma desancoragem maior, ou mais duradoura, das expectativas de inflação para prazos mais longos”.

Para Gustavo Bertotti, economista-chefe da Messem Investimentos, a ata também mostra a preocupação do BC, já registrada em outras oportunidades, sobre a “adoção de uma política expansionista”, ou seja, com gastos mais elevados do governo, que vai além das regras fiscais.

Entre os fatores benéficos para uma eventual queda da inflação no Brasil, o documento enumera outros três pontos. A lista inclui uma redução “adicional dos preços das commodities internacionais em moeda local”, a “desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada, em particular em função de condições adversas no sistema financeiro global” e “uma desaceleração na concessão doméstica de crédito maior do que seria compatível com o atual estágio do ciclo de política monetária”.

Crise bancária global

Na ata, o órgão também mostra preocupação com a crise bancária global. Diz o texto do documento: “Desde a última reunião do Copom, houve a liquidação de alguns bancos regionais nos Estados Unidos e a fusão de dois bancos suíços de grande porte, com aumento das preocupações em torno do sistema bancário nas economias centrais. O Comitê seguirá acompanhando de forma atenta essa situação, analisando os possíveis canais de contágio, mas avalia que o impacto direto sobre os sistemas financeiros doméstico e de outros países emergentes é, até o momento, limitado, sem mudanças na estabilidade ou na eficiência desses sistemas financeiros”.

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