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No mercado, 59% creem que Selic cai 0,25 ponto percentual nesta quarta

Outros 39% acreditam que o corte do Copom pode ser maior, alcançando 0,50 ponto percentual. É o que indica pesquisa inédita da BGC Liquidez

atualizado

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comparece a audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), no Senado Federal
1 de 1 Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comparece a audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), no Senado Federal - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Entre 112 integrantes do mercado financeiro brasileiro, 99% acreditam que o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), cortará, nesta quarta-feira (2/8), a taxa básica de juros do país, a Selic, fixada em 13,75% ao ano. Dessa quase unanimidade, 59% acreditam que o corte será de 0,25 ponto percentual (pp) e 39%, que alcançará 0,50 ponto percentual (veja quadro abaixo).

Os dados fazem parte de uma pesquisa inédita, realizada pela corretora independente BGC Liquidez, entre 31 de julho e 1º de agosto. No levantamento, foram ouvidos gestores, integrantes de tesourarias de bancos, estrategistas, economistas e analista de mercado.

De acordo com a sondagem, se é ampla a convicção que haverá corte da Selic nesta quarta, ela é maior em se tratando das próximas reuniões do Copom. Nesse caso, 100% acreditam numa redução dos juros e as apostas sobre o tamanho das facadas são ainda maiores (veja quadro abaixo).

Para setembro, 83% apostam numa redução de 0,50 pp. Outros 10% vão mais longe: falam em 0,75 pp. Em novembro, aumenta o número dos que indicam 0,75 pp. Eles passam a representar 21% da mostra. Além disso, surgem os que apontam para uma queda de 1 ponto percentual – um patamar astronômico, consideradas as atuais perspectivas. Em dezembro, a soma dos que indicam 0,75 pp e 1 pp vai a 32%.

O voto da cada um

A pesquisa também perguntou aos entrevistados como eles acham que cada integrante do Copom votará nesta quarta. As respostas mostram que, sob o ponto de vista dos integrantes do mercado, a turma dos mais durões do Copom é encabeçada por Fernanda Guardado, diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, e por Diego Guillen, diretor de Política Econômica do BC (veja quadro abaixo).

Numa posição quase intermediária, está o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Nesse caso, 58% acreditam que ele vai propor um corte de 0,25 pp e outros 40%, que será de 0,50 pp. No polo extremo, estão os “mãos de tesoura”, por assim dizer. Esses são os mais ávidos pela redução da Selic. Nessa faixa do espectro dos votantes, encontram-se Ailton Santos e Gabriel Galípolo, indicados pelo governo Lula para o BC.

Decisão apertada

Na avaliação de Daniel Cunha, estrategista-chefe da BGC Liquidez, é possível unir numa só análise os dados sobre o tamanho previsto para os cortes e o possível comportamento dos integrantes do Copom nesta quarta. Ele observa que há um favoritismo para a redução de 0,25 pp. Mas os números são apertados. “Na prática, temos 60% (pelo 0,25 pp) contra 40% (a favor do 0,50 pp)”, diz. “E isso reforça a percepção do mercado de que não teremos uma decisão unânime.”

Para Cunha, isso aumenta a relevância do papel do presidente do BC na reunião. “Caberá ao Campos Neto o ‘voto de Minerva’. A decisão dele pode influenciar a posição dos diretores mais de centro”, afirma. “Por mais que o presidente do BC fale que é ‘só um voto entre nove’, na prática, o dele tem grande peso. Em especial, nesta reunião.”

Convicção diferente

A análise traz ainda um dado curioso. Embora 39% tenham cravado numa redução de 0,50 pp, essa turma tem maior segurança sobre a aposta que fez. No total, 70% estão certíssimos de que esse será o tamanho do corte. Entre os 59% que indicaram a redução de 0,25 pp, a certeza de acerto é menor. Desse grupo, 60% acreditam que não vão errar.

Há, porém, uma possível explicação para essa disparidade de convicções. Para Cunha, boa parte dos 59% que optaram pelo 0,25 pp também acredita que o corte pode ser maior, alcançando o 0,50 pp. Por isso, eles estariam mais divididos.

Boas e más notícias

Do lado das boas notícias para o Planalto, a pesquisa da corretora mostrou que 53% dos entrevistados consideram “muito provável” a aprovação da reforma tributária e 40% a classificam como “provável”. Em contrapartida, 87% não acreditam que o governo será capaz de zerar o déficit no próximo ano. Desse grupo, 69% acham “improvável” tal façanha e 18% “extremamente improvável”.

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