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Josué Gomes da Silva recusa convite de Lula para ministério

Presidente da Fiesp havia sido convidado para ser ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

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1 de 1 Imagem colorida de Josué Gomes da Silva - Foto: Reprodução

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, recusou o convite do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e não será ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

O empresário da Coteminas, que é alvo de sindicatos patronais de oposição que pretendem afastá-lo da presidência da Fiesp, alegou que não pode deixar o comando de suas empresas neste momento.

Josué viajou com a família para o exterior e tem previsão de retorno ao Brasil apenas em janeiro. Na quarta-feira (14/12), o empresário se reuniu com Lula, em Brasília, e foi convidado para assumir o ministério. Na ocasião, ele não deu uma resposta imediata ao petista e pediu um tempo para pensar.

Até receber o convite formal do presidente eleito, Josué dizia a interlocutores e familiares que não pretendia assumir um cargo no governo federal e desejava permanecer à frente da Fiesp. Depois da conversa com Lula em Brasília, o empresário cogitou aceitar o desafio, mas acabou optando, ao fim e ao cabo, por permanecer na Fiesp.

A eventual ida de Josué Gomes para o ministério de Lula era considerada uma espécie de “saída honrosa” do comando da Fiesp, em meio a uma grave crise política na federação.

Os sindicatos que fazem oposição a Josué convocaram uma assembleia extraordinária para o dia 21 de dezembro, com o objetivo de destituir o empresário do comando da entidade.

A reunião do dia 21 foi marcada à revelia da presidência da federação, que foi informada sobre a intenção do grupo, mas não chancelou a data do encontro. Josué, então, contra-atacou e publicou um edital no qual marca a assembleia para o dia 16 de janeiro. O caso pode ser judicializado.

Entenda a crise na Fiesp

A crise política na Fiesp foi deflagrada em outubro, quando membros de sindicatos apresentaram um pedido de convocação de assembleia. Em reunião da diretoria no início de novembro, Josué rechaçou a ofensiva, alegando que não havia elementos que justificassem a reunião.

O documento apresentado pelos sindicatos pedindo a assembleia enumerava 12 itens com justificativas para a convocação. Entre os motivos apresentados, estavam contestações sobre nomeações de assessores de Josué, além de críticas pela divulgação da carta “em defesa da democracia” durante a campanha eleitoral.

As declarações de Josué durante a campanha, simpáticas à candidatura de Lula à Presidência da República, desagradaram a Paulo Skaf, ex-presidente da entidade (de 2004 a 2021) e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL).

A decisão da Fiesp de divulgar uma carta “em defesa da democracia”, em agosto, foi considerada um erro por atrelar a instituição à candidatura do petista. Tanto que o documento teve apoio de apenas 14% dos sindicatos industriais.

Apesar de ter sido cogitado inicialmente como candidato a vice e depois como ministeriável de Lula – o que acabou se confirmando –, Josué jamais declarou o seu voto publicamente.

Se Josué for afastado da presidência da Fiesp, assume o conselheiro mais antigo, Elias Miguel Haddad. Ele terá de convocar uma assembleia que definirá qual dos três vice-presidentes será o novo  comandante da federação: Rafael Cervone, o primeiro da lista; Dan Ioschpe, 2º vice-presidente; ou Marcelo Campos Ometto, o 3º.

Quem é Josué Gomes

Josué Gomes da Silva é filho de José Alencar (1931-2011), vice-presidente da República entre 2003 e 2010, nos dois governos de Lula.

Josué foi eleito presidente da Fiesp em julho do ano passado e assumiu o cargo em janeiro de 2022. Seu mandato à frente da entidade termina em 31 de dezembro de 2025.

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