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Governo da Argentina apela ao FMI para adiar pagamentos

Argentina teria de pagar ao FMI US$ 2,7 bilhões nesta semana, correspondentes ao empréstimo de US$ 44 bilhões concedidos pelo fundo ao país

atualizado

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Fábio Vieira/Metrópoles
Presidente da Argentina, Alberto Fernández, fala com a imprensa após seu encontro com o ex-presidente Luiz Inácio da Silva (PT) no Hotel InterContinental, região central de São Paulo. Ele aparece de terno, cercado pela imprensa - Metrópoles
1 de 1 Presidente da Argentina, Alberto Fernández, fala com a imprensa após seu encontro com o ex-presidente Luiz Inácio da Silva (PT) no Hotel InterContinental, região central de São Paulo. Ele aparece de terno, cercado pela imprensa - Metrópoles - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

O governo do presidente Alberto Fernández, da Argentina, pediu ao Fundo Monetário Internacional (FMI) o adiamento, para o dia 30 de junho, dos pagamentos de vencimentos da dívida que estavam programados para esta semana. As informações foram veiculadas pela imprensa argentina nesta sexta-feira (23/6).

A Argentina teria de pagar ao FMI US$ 2,7 bilhões nesta semana, correspondentes ao empréstimo de US$ 44 bilhões concedidos pelo fundo ao país.

Segundo o ministro da Economia, Sergio Massa, o governo não conseguiu cumprir as metas de acumulação de reservas e diminuição do déficit fiscal por causa da forte seca no país, que afetou as exportações do setor agrícola.

“As autoridades exerceram seu direito de agrupar dois pagamentos com vencimento em junho e pagá-los no fim do mês”, afirmaram fontes do FMI à rede argentina TN.

Nos últimos meses, o governo Fernández vem negociando com o FMI o refinanciamento de pagamentos e a antecipação dos desembolsos previstos no atual programa de crédito. O objetivo era que o órgão liberasse pelo menos US$ 10 bilhões e modificasse as metas firmadas até então, aliviando algumas obrigações da Argentina.

Segundo informações da agência de notícias France-Presse, o Brasil e mais cinco países – Bolívia, Chile, Colômbia, México e Paraguai – pediram ao governo dos Estados Unidos que apoiasse a Argentina nas negociações com o FMI.

Empenho do Brasil para ajudar o vizinho

O empenho do Brasil nas negociações entre Argentina e FMI, retratado em reportagem do Metrópoles publicada no início de maio, se explica tanto por razões econômicas quanto políticas. O país é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas de China e EUA. Em 2022, o Brasil teve um saldo positivo de US$ 2,2 bilhões na balança comercial com os argentinos.

“Além de ser um grande parceiro comercial, para onde escoa boa parte das nossas importações de produtos manufaturados de alta complexidade, a Argentina é um parceiro estratégico no abastecimento de alimentos. É um dos principais produtores de trigo do mundo, além de uma gama de produtos minerais”, afirma André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online.

A Argentina é a maior exportadora mundial de soja processada e a terceira maior exportadora de milho do mundo. Também é fornecedora de carne bovina e trigo. Os itens agropecuários corresponderam a 38% das exportações do país no ano passado.

Além da preocupação econômica, o governo brasileiro entende que interceder pela Argentina junto ao FMI cacifa o país a consolidar, perante o mundo, sua posição de líder do continente.

“O Brasil quer assumir o papel de líder geopolítico da América Latina. Para isso, é importante construir mecanismos que ajudem a economia doméstica e os seus parceiros”, diz Galhardo. “É claro que a afinidade político-ideológica contribui para essa reaproximação. Mas o governo brasileiro precisa agir de forma pragmática. Precisa entender que, acima dos seus interesses ideológicos, estão os interesses dos empresários e das famílias brasileiras”, pondera o economista.

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