EUA criam menos empregos em junho. Por que isso é bom para o Brasil
No mês passado, economia americana abriu 150 mil novos postos de trabalho, ante 157 mil em maio. Mercado esperava por 160 mil
atualizado
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A criação de empregos no setor privado dos Estados Unidos desacelerou em junho. Nesse mês, foram criados 150 mil postos de trabalho, contra 157 mil em maio. O número de junho também ficou abaixo da expectativa do mercado, que previa a abertura de 160 mil vagas.
A pesquisa sobre trabalho nos EUA foi divulgada nesta quarta-feira (3/7) pela empresa americana de processamento de folhas de pagamento Automatic Data Processing (ADP), em parceria com o Laboratório de Economia Digital de Stanford (veja levantamento neste link).
De acordo com o relatório, os salários para os americanos que mudaram de trabalho desacelerou de 7,8%, em maio, para 7,7%, em junho. Em abril, eles cresceram 9,3% e, em março, 10,1%. Para os que permaneceram no emprego, essa queda foi de 5% em maio para 4,9% em junho, em termos anuais.
Segundo a análise, a maior parte dos novos postos foi criada no setor de serviços, com 136 empregos. Na produção de bens de consumo, o total de vagas abertas ficou em 14 mil.
Por que isso é bom para o Brasil
Embora incipiente e limitada, a queda da abertura de postos de trabalho é um sinal de desaceleração da economia americana. Esse tipo de informação tem grande relevância no cenário global. Isso porque ele favorece a perspectiva de uma eventual queda da taxa de juros nos EUA.
Para baixar a inflação local, os juros americanos estão sendo mantidos no intervalo entre 5,25% e 5,50%, o maior patamar desde 2001. Nesse nível, eles aumentam o interesse dos investidores de todo o mundo por títulos da dívida americana, os Treasures, considerados os mais seguros do mundo.
Isso diminui a atratividade sobre outros ativos, principalmente os de renda variável – como as ações – em países emergentes. Os juros americanos também exercem uma pressão de alta sobre o dólar nessas economias. É por isso que notícias sobre a redução do fôlego da economia americana têm repercussão positiva nas Bolsas de Valores globais e na cotação da moeda americana em países como o Brasil.