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Economistas lançam manifesto pedindo queda dos juros

Entre os signatários, estão Luiz Gonzaga Belluzzo, Luciano Coutinho, Luiz Carlos Bresser-Pereira, Monica De Bolle e Nelson Marconi

atualizado

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1 de 1 imagem colorida Banco Central Brasília - Foto: Elza Fiuza/ABr

Um grupo de economistas, com nomes ligados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, divulgou um manifesto conjunto defendendo a queda da taxa básica de juros (Selic) da economia brasileira. Trata-se de uma das principais bandeiras do petista, que encampou uma batalha contra o Banco Central (BC) nas últimas semanas.

Entre os signatários do documento, estão o professor Luiz Gonzaga Belluzzo, o ex-presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Luciano Coutinho e o ex-ministro da Fazenda Luiz Carlos Bresser-Pereira.

Também endossam o manifesto as economistas Leda Paulani e Monica De Bolle e o economista Nelson Marconi, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e coordenador do programa de governo de Ciro Gomes (PDT) em suas campanhas à Presidência da República em 2018 e 2022.

Antonio Correa de Lacerda, Clélio Campolina, Paulo Nogueira Batista Júnior e Lena Lavinas também estão entre os nomes que assinam o documento.

“A taxa de juros no Brasil tem sido mantida exageradamente elevada pelo Banco Central e está hoje em níveis inaceitáveis. O discurso oficial em sua defesa não encontra nenhuma justificativa, seja no cenário internacional ou na teoria econômica, e o debate precisa ser arejado pela experiência internacional”, diz o manifesto.

No texto, os economistas não citam o nome do presidente do BC, Roberto Campos Neto, mas criticam a decisão da autoridade monetária de manter a Selic em um patamar elevado (atualmente em 13,75% ao ano) por um “período mais prolongado do que o cenário de referência”.

“Nenhum dos países dotados de recursos e economias estruturadas possui uma taxa de juros sequer próxima da que prevalece no Brasil e que o Banco Central pretende manter por longo período”, diz o texto. “Todos esses países reconheceram o caráter excepcionalíssimo do surto inflacionário recente, explicado pela pandemia e pelo conflito bélico (guerra entre Rússia e Ucrânia), não por excesso de demanda.”

“Os economistas signatários deste manifesto declaram publicamente o apoio a uma política que seja capaz de reduzir substancialmente a taxa de juros, propiciando as condições para a retomada do desenvolvimento com estabilidade sustentável”, concluem os signatários do manifesto.

Meirelles critica Lula

Como o Metrópoles noticiou mais cedo, o ex-presidente do BC e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles criticou Lula pelos reiterados ataques à autoridade monetária.

Em entrevista publicada neste sábado (11/2), pelo jornal O Estado de S. Paulo, Meirelles – que comandou o BC durante os oito anos dos dois primeiros mandatos de Lula no Planalto – diz que o chefe do Executivo parece estar em uma “volta ao passado”, reeditando um discurso mais à esquerda e direcionado à militância do PT.

Esses ataques ao Banco Central, do ponto de vista objetivo do que gostaria o presidente, que é baixar a taxa de juros, têm o efeito contrário. Na medida em que ele ataca o Banco Central, cria ruídos e incertezas no mercado. E o que acontece? As expectativas de inflação sobem, o que força o Banco Central a ser um pouco mais duro na sua política monetária do que seria caso o presidente sinalizasse o contrário”, afirmou Meirelles.

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