metropoles.com

Dólar dispara 2% e fecha a R$ 5,15 após críticas de Lula ao BC

Nem mesmo o bom resultado do emprego nos Estados Unidos em janeiro evitou a alta do dólar na última sessão da semana

atualizado

Compartilhar notícia

Arquivo/Agência Brasil
Dólar
1 de 1 Dólar - Foto: Arquivo/Agência Brasil

Nem mesmo o bom resultado do emprego nos Estados Unidos em janeiro foi suficiente para evitar a alta do dólar nesta sexta-feira (3/2), dia em que o mercado repercutiu as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocando em xeque a autonomia do Banco Central (BC).

Em alta durante praticamente todo o dia, a moeda americana fechou a sessão avançando 2,03%, negociada a R$ 5,148 a cotação máxima do dia. Na mínima, o dólar recuou para R$ 5,060.

Na véspera, o dólar fechou a sessão em queda de 0,3%, a R$ 5,045, no menor valor de fechamento desde agosto do ano passado.

Na sessão de quinta-feira (2/2), a moeda chegou à mínima de R$ 4,941. O dólar não era negociado abaixo de R$ 5 havia oito meses, desde o dia 10 de junho de 2022, quando foi a R$ 4,8853 durante o pregão e fechou em R$ 4,9871.

Com o resultado desta sexta, a moeda americana fechou a semana com alta acumulada de 0,72%. No acumulado do mês, até aqui, o avanço é de 1,47%. Em 2023, no entanto, o dólar registra queda de quase 2,47%.

Declarações de Lula

Em entrevista exibida pela RedeTV!, o chefe do Executivo voltou a colocar em xeque a autonomia do BC, deixando em aberto a possibilidade de rever o modelo quando terminar o mandato do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto.

Em fevereiro de 2021, o então presidente Jair Bolsonaro sancionou o projeto que deu autonomia ao BC e, assim, limitou a influência do Executivo sobre as decisões relacionadas à política monetária.

Pela regra vigente desde então, os mandatos do chefe do BC e do titular do Palácio do Planalto não são mais coincidentes. O presidente do banco assume sempre no primeiro dia útil do terceiro ano de cada governo. Assim, o chefe do Executivo federal só pode efetuar uma troca no comando do BC a partir do segundo ano de gestão. No caso de Lula, isso só acontecerá em 2024.

“Quero saber do que serviu a independência do Banco Central. Eu vou esperar esse cidadão [Campos Neto] terminar o mandato dele para fazermos uma avaliação do que significou o BC independente”, afirmou Lula.

Questionado se poderia rever a autonomia do BC após o fim do mandato de Campos Neto, Lula respondeu: “Eu acho que pode, mas quero dizer que isso é irrelevante para mim. Isso é irrelevante, não está na minha pauta. O que está na pauta é a questão da taxa de juros”.

Produção industrial em queda

Ainda no cenário interno, os investidores repercutiram os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PMI), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No acumulado do ano passado, a produção industrial no país recuou 0,7%. Em 2021, o setor havia registrado alta de 3,9%.

Emprego nos EUA

O dado positivo que animou os investidores veio de fora do Brasil. Superando as expectativas do mercado, os Estados Unidos criaram 517 mil vagas de trabalho em janeiro (sem contar o setor agrícola), informou nesta sexta-feira (3/2) o Departamento do Trabalho do governo americano.

O percentual de desemprego ficou em 3,4% em janeiro, com um total de 5,7 milhões de desempregados no país – é a taxa mais baixa no país desde 1969. Em dezembro, o índice foi de 3,5% e, em novembro, de 3,7%.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNegócios

Você quer ficar por dentro das notícias de negócios e receber notificações em tempo real?