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Ata do Copom: “É necessário manter a vigilância” com inflação, diz BC

“Inflação ao consumidor continua elevada”, afirma Comitê de Política Monetária (Copom) em ata divulgada um dia após críticas de Lula ao BC

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Felipe Menezes/Metrópoles
Homem caminha em frente a entrada do prédio do Banco Central em Brasília
1 de 1 Homem caminha em frente a entrada do prédio do Banco Central em Brasília - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que decidiu manter a taxa básica de juros da economia em 13,75% ao ano, o que gerou críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que “é necessário manter a vigilância” para que a inflação no país não saia do controle.

Na ata da última reunião do Copom, divulgada pelo BC nesta terça-feira (7/2), a autoridade monetária avalia que houve uma deterioração nas expectativas de inflação no médio e longo prazo e destaca um cenário de incertezas em relação à política fiscal.

“O Comitê avalia que tal conjuntura eleva o custo da desinflação necessária para atingir as metas estabelecidas pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). Nesse cenário, o Copom reafirma que conduzirá a política monetária necessária para o cumprimento das metas”, diz o BC.

“O Comitê reforçou que é necessário manter a vigilância, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por um período mais prolongado do que no cenário de referência será capaz de assegurar a convergência da inflação”, prossegue a ata do Copom.

Ainda de acordo com o comitê, “não obstante a desaceleração na margem, a inflação ao consumidor continua elevada” e “os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária, que apresentam maior inércia inflacionária, mantêm-se acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação”.

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Em relação à política fiscal, o BC diz que o cenário é incerto. “A conjuntura, particularmente incerta no âmbito fiscal e com expectativas de inflação se distanciando da meta em horizontes mais longos, demanda maior atenção na condução da política monetária”, diz o órgão.

“Assim, ao analisar os múltiplos canais, incluindo o movimento nas condições financeiras advindos de juros futuros, e atualizar as hipóteses de trajetória fiscal para incorporar o orçamento sancionado para 2023, o Comitê avalia que as perspectivas para a atividade não tiveram alteração relevante.”

Ainda segundo o Copom, o pacote fiscal apresentado pela equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, merece atenção especial.

“Alguns membros notaram que a execução do pacote apresentado pelo Ministério da Fazenda deveria atenuar o risco fiscal e que será importante acompanhar os desafios na sua implementação”, diz a ata. “Por fim, o risco de um hiato do produto mais estreito do que o avaliado persiste e o Comitê seguirá avaliando os dados e os modelos para um entendimento mais minucioso.”

Críticas de Lula

Na segunda-feira (6/2), ao participar da posse de Aloizio Mercadante como presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Lula disse que não há justificativa para que a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, esteja no patamar atual de 13,75% ao ano.

“Não existe justificativa nenhuma para que a taxa de juros esteja em 13,5% (sic). É só ver a carta do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) para a gente saber que é uma vergonha esse aumento de juro e a explicação que deram para a sociedade brasileira”, afirmou o chefe do Executivo.

“O problema não é a independência do Banco Central. É que este país tem uma cultura de viver com o juro alto que não combina com a necessidade de crescimento que temos”, prosseguiu Lula.

Na semana passada, em entrevista à RedeTV!, Lula já havia deixado clara sua insatisfação com a atual gestão do BC, presidido por Roberto Campos Neto. Na ocasião, ele voltou a colocar em xeque a autonomia da instituição, deixando em aberto a possibilidade de rever o modelo quando terminar o mandato de Campos Neto.

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