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Americanas: Justiça retira sigilo de processos e de empréstimo-ponte

Em decisão do sábado (11/3), a Justiça do Rio de Janeiro determinou o fim do sigilo do processo de recuperação judicial da Americanas

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Homem passa por fachada da loja Americanas em brasília - Metrópoles
1 de 1 Homem passa por fachada da loja Americanas em brasília - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A Americanas teve o sigilo do seu processo de recuperação judicial derrubado por uma decisão da Justiça do Rio de Janeiro deste sábado (11/3). O juiz Paulo Assed Estefan determinou a liberação do acesso a informações do processo, que é conduzido na 4ª Vara Empresarial do estado.

A partir de agora, serão de livre acesso os dados e informações inseridos no processo pelos administradores responsáveis pela recuperação judicial da empresa – o advogado Bruno Rezende e o escritório de advocacia Zveiter.

Além disso, o juiz solicitou que a Americanas forneça um detalhamento sobre o empréstimo-ponte de R$ 2 bilhões aprovado no mês passado pela Justiça. Desse valor, os acionistas de referência (o trio Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles) aportarão R$ 1 bilhão.

O outro R$ 1 bilhão poderia ser captado no mercado ou com os atuais credores, mas as condições desse financiamento não são conhecidas, pois estavam sob sigilo. Com a decisão da Justiça carioca, tais informações deverão ser fornecidas.

O argumento apresentado pelo juiz Estefan para derrubar o sigilo foi o “relevante interesse econômico e social” envolvido no caso da Americanas. Em janeiro, a varejista anunciou ter identificado “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões em seu balanço. As investigações sobre a origem do problema estão em curso, mas especula-se que houve uma manipulação contábil para esconder o valor real da dívida da Americanas.

Atualmente, a empresa tem um passivo calculado em R$ 42 bilhões. Os bancos e os acionistas de referência tentam entrar em acordo para quitar parte das dívidas e manter a empresa operando. Nas últimas semanas, em conversas pontuais, Lemann, Sicupira e Telles teriam ofertado um aporte de R$ 10 bilhões na Americanas.

Os bancos consideram o valor insuficiente, frente ao tamanho da dívida da empresa, e pedem um aporte de cerca de R$ 15 bilhões. Uma nova reunião entre os credores e os acionistas deve acontecer nos próximos dias.

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