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Ações da Petrobras andam de lado e não recuperam tombo de R$ 30 bi

Investidores reagiram de forma negativa à alteração na Lei das Estatais que poderia abrir espaço para nomeação de políticos para a Petrobras

atualizado

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O edifício-sede da Petrobras (Edise), no Centro do Rio de Janeiro - Metrópoles
1 de 1 O edifício-sede da Petrobras (Edise), no Centro do Rio de Janeiro - Metrópoles - Foto: Aline Massuca/Metrópoles

As ações da Petrobras estão andando de lado na tarde desta quinta-feira (15/12), com variação positiva de 0,5%. O desempenho do dia está longe de ser suficiente para reverter a queda de 10% dos papeis ontem (14/12).

Segundo a plataforma TradeMap, o tombo da quarta-feira representou uma perda de valor de mercado na ordem de R$ 30 bilhões para a petroleira. O valor de mercado é o cálculo da avaliação de preço total de uma empresa, considerando a cotação das ações disponíveis na Bolsa de Valores.

Para se ter uma ideia do tamanho do estrago, apenas 25 das mais de 400 empresas listadas na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, estão avaliadas em mais de R$ 30 bilhões. Entre elas estão a rede de supermercados Carrefour e a operadora de telefonia Tim, que valem exatos R$ 30,6 bilhões.

Fazendo outro retrato do problema: em poucas horas, a Petrobras perdeu um Carrefour, ou uma Tim, em valor de mercado.

Se considerado um horizonte mais longo, o buraco fica ainda maior. Em 21 de outubro, a poucos dias do segundo turno das eleições presidenciais, a Petrobras bateu o maior valor de mercado da sua história, e estava avaliada em R$ 520 bilhões.

Desde então, a dilapidação de seu valor de mercado foi de R$ 219 bilhões – trata-se da diferença entre os R$ 520 bilhões da cotação recorde para os R$ 301 bilhões que a Petrobras valia ontem (14/12).

Trazendo para a mesma figura de anteriormente: se considerarmos a desvalorização desde 21 de outubro, a Petrobras perdeu uma Ambev em valor de mercado. O grupo de bebidas é a terceira maior empresa do mercado brasileiro, atrás apenas de Vale e da própria Petrobras.

Aliás, o espiral vivido pela petroleira fez com que ela deixasse de ser a empresa de maior valor da Bolsa de Valores. O posto foi recuperado pela Vale, que está avaliada em R$ 394 bilhões.

Petrobras e a lei das estatais

A debandada de investidores está ligada ao receio da indicação de um nome do bojo petista para o comando da Petrobras. Na terça-feira (13/12), o Congresso aprovou uma alteração na Lei das Estatais que reduz o período de “quarentena” a ser cumprido pelos políticos antes de assumirem um cargo em uma empresa pública de 36 meses (3 anos) para 30 dias.

Embora a emenda tenha sido pensada, a princípio, para permitir que Aloizio Mercadante assuma a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ela também abriria caminho para o futuro presidente Lula indicar um aliado para a Petrobras. Até agora, o principal candidato à vaga seria o senador Jean Paul Prates, outro nome que, em tese, poderia ser barrado pelo dispositivo agora extinto da Lei.

Pior queda desde Castello Branco

A queda de quase 10% entrou na história da petroleira como a pior desde 20 de fevereiro de 2021. Na ocasião, o presidente Jair Bolsonaro decidiu rifar Roberto Castello Branco do comando da Petrobras, por estar insatisfeito com a disparada da gasolina e diesel e as consequências negativas para a popularidade de seu governo.

No dia em que anunciou oficialmente a saída de Castello Branco, as ações caíram 20%. A debandada dos investidores se deu pelo mesmo motivo de agora: o risco de ingerência política sobre o comando da Petrobras.

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