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Justiça da Espanha negou em 2015 expulsão de mentor de atentado

Um juiz entendeu que Abdelaqui Es Satty “não era perigoso” e estava “tentando se integrar” no país

atualizado

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ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
ATAQUE EM BARCELONA
1 de 1 ATAQUE EM BARCELONA - Foto: ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Um juiz da Espanha anulou, em 2015, a expulsão de um dos supostos mentores dos atentados terroristas em Barcelona e Cambrils que deixaram 15 mortos na última semana. A Justiça considerou que Abdelaqui Es Satty “não era perigoso” e estava “tentando se integrar” no país, revelou nesta quarta-feira (23/8) a mídia espanhola.

Segundo o jornal El Mundo, Es Satty deveria ter sido expulso da Espanha após cumprir pena no presídio de Castellón. Ele havia sido condenado a quatro anos de prisão por tráfico de drogas. Mas, após recurso de sua defesa, o juiz Pablo de la Rubia concordou que não “havia ameaças reais” por parte do detento e permitiu que ele ficasse no país.

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Já o jornal El Pais informou que Es Satty, assim que saiu da prisão, tentou pedir emprego em uma mesquita de uma cidade belga, segundo o prefeito de Vilvoorde, Hans Bonte. Mas, foi rejeitado após se negar a entregar um documento que provava que ele não tinha antecedentes criminais.

“O imã de Diegem veio me pedir informações sobre ele, já que ele vivia em Vilvoorde. Ele lhe parecia um homem estranho e que dizia que tinha deixado a Espanha porque não via futuro lá. Se autoproclamava imã, mas não tinha nenhum documento comprovando isso”, disse o líder de Vilvoorde ao jornal La Vanguardia.

Por isso, no início de 2016, a polícia da Bélgica pediu informações à Espanha se Es Satty tinha alguma ligação com membros do extremismo islâmico. Em março daquele ano, autoridades da Catalunha informaram que ele não tinha nenhuma relação com jihadistas. No entanto, após as negativas na Bélgica, ele voltou ainda em 2016 para a Catalunha.

Es Satty é considerado o líder de uma célula terrorista ligada ao Estado Islâmico na Espanha e morreu na explosão de uma residência em Alcanar, dois dias antes do atentado em Barcelona e Cambrils.

Apesar de, no início, as autoridades acharem que tinha sido um vazamento de gás a causar a explosão, foi constatado que a grande quantidade de gás propano e metano na casa estava sendo usada para a construção de bombas. De acordo com informações da mídia local, cerca de 120 explosivos já tinham sido confeccionados.

O grupo tinha como alvo a famosa basílica da Sagrada Família, mas por conta do “incidente” em Alcanar, antecipou os planos e fez os ataques “menores” em Las Ramblas e Cambrils. Ao todo, os espanhóis acreditam que 12 pessoas faziam parte da célula terrorista, sendo que quatro deles foram presos e oito morreram.

Segurança
Como resposta aos ataques terroristas, Barcelona e o governo regional da Catalunha anunciaram que serão instaladas barreiras móveis por pontos sensíveis da cidade e que haverá mais patrulhamento por agentes nas ruas da capital catalã.

Haverá ainda um maior policiamento nos aeroportos e estações de trem e ônibus para evitar novos atentados como os ocorridos na semana passada. Os Mossos d’Esquadra, a polícia da Catalunha, aumentarão em 10% seus efetivos para a segurança urbana e em 20% nos “lugares estratégicos”.

Além disso, serão instalados “obstáculos móveis” em locais de grande concentração de pessoas e que serão definidos após estudos técnicos.

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