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Hotel que receberia imigrantes é alvo de ataque na Itália

O local indicado para receber 35 imigrantes foi atacado com duas bombas de coquetel molotov, ninguém ficou ferido

atualizado

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Reprodução/Ansa
italia hotel
1 de 1 italia hotel - Foto: Reprodução/Ansa

Dois coquetéis molotov foram lançados neste domingo (2/7) contra um hotel em Vobarno, no norte da Itália, indicado para receber 35 solicitantes de refúgio nos próximos dias. Fechado ao público há quatro anos, o “Eureka” era cotado para participar do programa de realocação do governo italiano, que distribui as dezenas de milhares de deslocados externos que desembarcam nos portos do sul por cidades de todo o país, de acordo com sua população.

Segundo o proprietário do hotel, Valerio Ponchiardi, um simpatizante do partido ultranacionalista Liga Norte, que defende o fechamento das fronteiras italianas, o convênio com o governo nacional ainda não está assinado. Foi o próprio Ponchiardi quem interveio para apagar as chamas.

“Havia uma hipótese de utilização, mas nenhum acordo foi assinado até o momento”, confirmou a prefeitura da Província de Brescia, órgão subordinado ao Ministério do Interior. Recentemente, o dono do hotel deu declarações a um site local mostrando sua contrariedade à ideia de transformar o Eureka em um centro de acolhimento.

“Se chegarem solicitantes refúgio, será contra minha vontade”, disse na ocasião. O prefeito de Vobarno, Giuseppe Lancini, contou à ANSA que reunira a população de um distrito com 400 habitantes (a cidade tem 8 mil) no último sábado (1º) para anunciar a chegada dos estrangeiros, ideia que foi rechaçada pelos moradores locais.

“Qualquer episódio de violência ligado à invasão clandestina, que obviamente condenamos, é responsabilidade de um governo cúmplice e incapaz”, disse o líder da Liga Norte, Matteo Salvini. Várias cidades italianas têm se levantado contra os solicitantes de refúgio, desde as menores, como Goro, que armou barricadas contra os estrangeiros, até a capital Roma, cuja prefeita, Virginia Raggi, chegou a dizer que não podia mais receber essas pessoas.

Entre 1º de janeiro e 30 de junho de 2017, 83.360 deslocados externos desembarcaram nos portos italianos, um crescimento de 18,71% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados do Ministério do Interior.

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