Estudante brasileira é morta na Nicarágua. Itamaraty pede explicações
Raynéia Gabrielle Lima voltava para casa na noite de segunda quando seu veículo foi alvejado perto do Colégio Americano por paramilitares
atualizado
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Uma universitária brasileira foi morta a tiros na noite de segunda-feira (23/7) em Manágua, capital da Nicarágua, segundo informações de uma agremiação de estudantes. O país vive uma onda de protestos desde o dia 18 de abril, quando a população rejeitou uma proposta de reforma da Previdência, que foi abandonada, posteriormente, pelo governo.
O Itamaraty informou, por meio de uma nota, nesta terça-feira (24), que busca esclarecimentos junto ao governo nicaraguense sobre o crime.
De acordo com o relato publicado no Twitter pela Coordinadora Universitaria, uma associação de estudantes universitários de oito instituições superiores nicaraguenses, Raynéia Gabrielle Lima voltava para casa na noite de segunda quando seu veículo foi alvejado perto do Colégio Americano por paramilitares que ocupam a Universidade Nacional Autônoma na capital do país.
O pai da estudante Raynéia Gabrielle Lima, Ridevando Pereira, contou que soube da morte de sua filha por meio de uma ligação da Embaixada brasileira em Manágua. Estudante universitária, a jovem foi morta a tiros na noite desta segunda-feira (23) em Manágua, capital da Nicarágua.
Segundo Ridevando, a família tem poucas informações e ainda não sabe sob quais circunstâncias Raynéia morreu. “Estamos em contato com a embaixada para saber alguma coisa”, disse.
Raynéia, de 30 anos, era estudante de Medicina na Universidade Americana de Manágua (UAM). A brasileira estava perto de se formar e já fazia residência, segundo o pai. A jovem morava sozinha na Nicarágua há cinco anos e suas aulas na instituição estavam suspensas.
As autoridades brasileiras já notificaram o governo de Daniel Ortega sobre o caso e pediram explicações. A embaixadora nicaraguense em Brasília também deve ser convocada pelo governo, segundo uma diplomata brasileira em Manágua ouvida pela reportagem. Até a publicação desta reportagem, as autoridades da Nicarágua não haviam se pronunciado.
Colegas lamentam a morte da estudante brasileira.
A Comissão Interamericana dos Direitos Humanos (CIDH) e o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos acusam o presidente Daniel Ortega de causar graves violações dos direitos humanos, “assassinatos, execuções extrajudiciais, maus-tratos, possíveis atos de tortura e detenções arbitrárias”. O governo nega as acusações. O país vive a crise sociopolítica mais sangrenta desde a década de 80, quando Ortega também era líder.