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Vencedora de Prêmio Nobel é presa, e militares dão golpe em Mianmar

Exército do país justifica ação por suposta eleição fraudulenta ocorrida em setembro de 2020

atualizado

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Wikipedia Commons/Divulgação
suu kyi mianmar nobel paz
1 de 1 suu kyi mianmar nobel paz - Foto: Wikipedia Commons/Divulgação

Depois que Aung San Suu Kyi (foto em destaque), líder civil e vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 1991, foi presa, militares de Mianmar tomaram o poder do país. Com estado de emergência declarado, o general Min Aung Hlaing assumiu o comando da nação asiática.

O presidente Win Myint e outros líderes foram “levados”, nas palavras de um porta-voz do partido Liga Nacional pela Democracia (NLD, na sigla em inglês).

A ação aconteceu nas primeiras horas desta segunda-feira (1º/2), noite de domingo no horário brasileiro, com a justificativa de que as eleições de setembro de 2020 foram fraudulentas. “Colocaremos em operação uma verdadeira democracia multipartidária”, afirmaram os líderes do Exército.

E, dentro de um ano, segundo eles, novas eleições serão realizadas.

Tensões

Desde as eleições, as tensões entre civis e militares são grandes. A NLD afirmou que as ações dos militares tinham como objetivo colocar o país em uma nova ditadura. “Peço às pessoas que não aceitem isso, respondam e protestem decididamente contra o golpe dos militares”, escreveu um dos líderes do partido em redes sociais. ​

De acordo com a agência de notícias Reuters, as linhas telefônicas na capital Naypyitaw não funcionavam.

Secretário-geral da ONU, Antonio Guterres afirmou, por meio do porta-voz, que os problemas em Mianmar “representam um golpe sério para as reformas democráticas”.

Também disse que “todos os líderes devem agir no maior interesse da reforma democrática de Mianmar, engajando-se em um diálogo significativo, evitando a violência e respeitando plenamente os direitos humanos e as liberdades fundamentais.”

Imagem

A líder presa nesta segunda-feira foi vencedora do Nobel da Paz em 1991. Suu Kyi, de 75 anos, foi muito criticada quando centenas de milhares de muçulmanos da minoria rohingya tiveram de fugir do Exército, a partir de 2015.

Eles se refugiaram no estado de Rakhine, no oeste de Mianmar, em 2017. Mesmo com a imagem arranhada no exterior, Suu Ky continuou muito popular no país. Inclusive lideranças rohyngya falaram contra o golpe militar atual e pediram apoio da comunidade internacional.

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