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Vazamento expõe mais de 50 mil alvos de programa espião israelense

Jornal inglês The Guardian revela que programa desejado pelo governo brasileiro foi usado para espionar até chefes de Estado

atualizado

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Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Pessoa segurando aparelho celular
1 de 1 Pessoa segurando aparelho celular - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Um programa espião que funciona como um vírus de celular e foi desenvolvido por uma empresa israelense teoricamente para coibir crimes e terrorismo tem sido usado para espionar políticos, incluindo chefes de Estado, jornalistas, advogados e ativistas ao redor do mundo. O jornal inglês The Guardian começou a divulgar neste domingo (18/7) o conteúdo do vazamento de mais de 50 mil números de telefone que seriam alvo desse programa.

A ferramenta se chama Pegasus, é produzida pela empresa israelense de cybersegurança NSO Group e tem como clientes países, muitos deles comandados por governos autoritários, como a Arábia Saudita. De acordo com o The Washington Post, parceiro do Guardian nessa divulgação, a esposa do jornalista saudita Jamal Kashoggi foi alvo do Pegasus meses antes dele ser assassinado, em outubro de 2018, no interior do consulado saudita em Istambul.

Pelo menos 180 jornalistas em todo o mundo também foram espionados por esse programa segundo a reportagem do Guardian. A lista inclui profissionais de veículos como El País, The New York Times, Agência Reuters e Al Jazeera.

O jornal promete para os próximos dias revelar outros alvos presentes na lista vazada, incluindo “centenas de executivos de empresas, líderes religiosos, pesquisadores acadêmicos, funcionários públicos, incluindo ministros, presidentes e primeiros ministros”.

O Pegasus funciona como um spyware, vírus que se instala sem deixar rastros e começa a roubar todos os registros do aparelho, podendo inclusive ativar câmera e microfone.

O vazamento indica que países tem usado a ferramenta para espionar adversários e até aliados. Na Índia, foram grampeados mais de 40 jornalistas, líderes de oposição e membros do governo de Narendra Modi. Na Hungria, jornalistas que enviavam perguntas ao governo de Viktor Orban viraram alvos da espionagem.

O ex-agente norte-americano Edward Snowden, que ficou célebre ao vazar para o Wikileaks os dados de um mega sistema de espionagem da agência americana NSA, disse em postagem no Twitter neste domingo que essa será a “história do ano”. Veja:

O Brasil na história

Alvos no Brasil não foram citados na primeira leva de divulgações desse vazamento, que está sendo analisado e noticiado por 16 organizações de mídia pelo mundo. O país, porém, considerou a compra do programa Pegasus este ano.

O governo federal, por meio do Ministério da Justiça, abriu licitação para a contratação de um programa de monitoramento e, segundo apuração do UOL, o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente da República, fez gestões pela compra do Pegasus. A licitação ainda não foi concluída.

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