A procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova, anunciou que mais de 1.200 corpos foram descobertos até o momento, só na região de Kiev, na Ucrânia, que está sendo bombardeada por soldados russos desde fevereiro, segundo a agência RTP.
“Até o momento, temos 1.222 pessoas mortas apenas na região de Kiev”, disse Iryna Venediktova, em entrevista ao canal britânico Sky News, neste domingo (10/4).

Área residencial destruída após ataques russos na cidade de Moschun, Ucrânia Reprodução

Aeroporto ucraniano atingido pelo bombardeio russoReprodução/Twitter

No 44º dia do conflito, ao menos 39 pessoas morreram em um ataque russo à estação de trem de Kramatorsk, em Donetsk, no leste da Ucrânia. A informação foi confirmada nas redes sociais pelo governador de Donetsk, Pavlo KyrylenkoAndrea Carrubba/Agência Anadolu via Getty Images

Ataque russo a uma estação de trem na Ucrânia deixa ao menos 39 mortosAndrea Carrubba/Anadolu Agency via Getty Images)

Uma visão da cena depois que mais de 30 pessoas foram mortas e mais de 100 feridas em um ataque russo a uma estação ferroviária no leste da Ucrânia em 8 de abril de 2022Andrea Carrubba/Anadolu Agency via Getty Images)

Mais de 30 mortos e 100 feridos em ataque russo à estação ferroviária ucranianaAndrea Carrubba/Anadolu Agency via Getty Images)
A procuradora-geral também relatou que 5.600 investigações foram abertas por denúncias de crimes de guerra desde 24 de fevereiro, início da invasão russa em território ucraniano.
Iryna não especificou se todos os corpos eram de civis ou se tinham militares no meio. Só na semana passada, a procuradora anunciou 410 civis mortos encontrados nas regiões libertadas em Kiev.
Ela admitiu que podem existir muito mais corpos que ainda não foram encontrados e avaliados pela região.
De acordo com um relatório divulgado pelas autoridades ucranianas em 2 de abril, 300 pessoas foram enterradas em valas comuns só na cidade de Bucha, noroeste de Kiev, que se tornou símbolo do massacre da guerra.
Investigação
Um “mecanismo especial” foi criado na semana passada pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, para investigar e processar todos os crimes cometidos pelos invasores no país. Segundo ele, o mecanismo vai funcionar com base em um “trabalho conjunto de especialistas nacionais e internacionais”.
“Esse mecanismo ajudará a Ucrânia e o mundo a levar à Justiça aqueles que iniciaram ou participaram de alguma forma desta terrível guerra contra o povo ucraniano e crimes contra o nosso povo”, afirmou Zelensky.
Já a procuradora-geral afirmou que Vladimir Putin, presidente da Rússia, é “o principal criminoso de guerra do século 21”.
Iryna Venediktova disse à Sky News ter “provas” de que a Rússia estava por trás do ataque à estação de Kramatorsk, no Leste. No bombardeio, 52 civis, incluindo cinco crianças, foram mortos em ataque atribuído a um míssil russo.
Ofensiva
Em 24 de fevereiro, a Rússia lançou uma ofensiva militar na Ucrânia que já deixou ao menos 1.626 civis mortos. Entre eles, 132 crianças e 2.267 feridos, sendo que 197 eram menores de idade, segundo dados da ONU, que alerta para a possibilidade de haver um número de vítimas muito maior.
O número de baixas militares na guerra é ainda indeterminado Desde o início dos confrontos, mais de 11 milhões de pessoas fugiram do país, sendo que 4,4 milhões foram para países vizinhos.
A guerra da Rússia contra a Ucrânia foi condenada pela comunidade internacional. Desde então, foram enviados armamento à Ucrânia e reforço de sanções econômicas e políticas à capital russa.