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Trump autoriza uso da guarda nacional para combater coronavírus

Presidente dos EUA anunciou medidas após cobrança de políticos de estados mais atingidos pela pandemia

atualizado

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou o uso da guarda nacional e a instauração de hospitais de campanha para auxiliar no combate ao coronavírus no país. O anúncio foi feito na noite desse domingo (22/03) após governadores e lideranças políticas de vários estados pedirem urgência no encaminhamento de máscaras e equipamentos para as equipes de saúde.

De acordo com Trump, a Agência Federal de Gestão de Emergências (Fema) foi instruída a montar hospitais de campanha nos locais com grande concentração de casos. Em Nova York, serão quatro postos médicos federais, com 1 mil leitos, na Califórnia será oito postos médicos com 2 mil leitos, enquanto, em Washington, a distribuição será feita entre três centros maiores e quatro menores, com 1 mil leitos.

As unidades móveis de atendimento de Nova York serão construídas no Centro de Convenções Jacob K. Javits, em Manhattan, e já haviam sido anunciadas pelo governador do Estado, Andrew M. Cuomo, na manhã do domingo.

Nos três estados, Trump também autorizou o uso da Guarda Nacional para atuação em missões de combate ao coronavírus. De acordo com o presidente, as forças estarão sob o controle dos governadores, mas integrarão uma missão federal – como ocorre com cerca de 2.200 soldados na fronteira com o México.

“Por meio da Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA), o governo federal financiará 100% do custo da implantação de unidades da Guarda Nacional para realizar missões de combate ao vírus, enquanto os governadores permanecem no comando”, disse Trump.

O general Joseph L. Lengyel, chefe do Departamento da Guarda Nacional, disse a repórteres no domingo que as tropas apoiarão o Departamento de Saúde e Serviços Humanos com testes e em instalações médicas, além de fornecer apoio à Fema.

“Estamos nisso a longo prazo”, disse o general Lengyel. “É um evento histórico e exigirá uma resposta histórica”.

Pressão por equipamentos e estrutura
As medidas anunciadas por Trump são uma resposta aos pedidos dos governadores por respostas do governo federal. Autoridades estaduais temem que a falta de equipamento e estrutura possa agravar ainda mais a crise provocada pelo vírus, que já tem mais de 31,7 mil casos conhecidos nos EUA.

Medidas adotadas pelos Estados mostram um pouco desse cenário. Autoridades da Califórnia disseram aos hospitais para restringir os testes de coronavírus. Um hospital no estado de Washington alertou que poderia ficar sem ventiladores já no início do próximo mês, enquanto o Departamento de Saúde do Estado anunciou que apenas as áreas de maior prioridade teriam acesso às reservas de equipamentos de proteção do governo, incluindo máscaras N95.

Muitas autoridades estaduais e locais pressionam Trump a usar sua autoridade sob a Lei de Produção de Defesa, para mobilizar a indústria a fabricar bens escassos. Na entrevista coletiva de domingo, Trump defendeu sua decisão de não implementar a medida, apesar dos protestos dos governadores e democratas.

“Ligue para uma pessoa na Venezuela“, disse Trump. “Pergunte a eles como foi a nacionalização de seus negócios. Não muito bem. O conceito de nacionalizar nossos negócios não é um bom conceito.”

O principal consultor de comércio do presidente, Peter Navarro, defendeu a decisão de Trump e afirmou que a base industrial do país está se mobilizando voluntariamente para permitir a rápida conversão de instalações de produção corporativas para produzir suprimentos médicos.

“Estamos conseguindo o que precisamos sem colocar a mão pesada do governo para baixo”, disse Peter Navarro, principal consultor comercial do presidente, a repórteres.

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